O Conselho Universitário da UFSC aprovou, nesta terça-feira (17), a retirada do nome do ex-reitor João David Ferreira Lima do campus principal da universidade, localizado no bairro Trindade, em Florianópolis. A decisão foi tomada após votação que terminou com 56 votos favoráveis à mudança.
A medida atende a uma recomendação da Comissão Memória e Verdade (CMV), que produziu um extenso relatório com mais de 400 páginas. Segundo o documento, Ferreira Lima teria colaborado com a ditadura militar, o que motivou o pedido para que todas as homenagens a ele fossem retiradas da universidade. Isso inclui mudanças em placas, estátuas e documentos oficiais.
Ferreira Lima foi o primeiro reitor da UFSC, exercendo o cargo entre 1962 e 1972. Faleceu em 2001, aos 91 anos. A discussão sobre a permanência de seu nome no campus começou ainda em 2018, quando a comissão recomendou a revisão de homenagens a pessoas ligadas a violações de direitos humanos. O relatório aponta que o ex-reitor teria perseguido professores e estudantes durante o período militar.
A decisão do Conselho é considerada por muitos alunos e professores como uma reparação histórica importante. Para eles, é necessário que a universidade reconheça e corrija homenagens a figuras que teriam se aliado a regimes autoritários.
Por outro lado, a família de Ferreira Lima contesta o relatório. Representantes argumentam que o ex-reitor não teve direito à defesa e que o documento não levou em consideração o contexto histórico da época nem as contribuições significativas que ele teria deixado para a instituição.
Ainda não foi definido qual será o novo nome do campus da Trindade. Também não há uma data para o início das alterações físicas e documentais. Mesmo assim, a decisão marca um novo momento para a UFSC e reforça o compromisso da universidade com a memória democrática e o respeito aos direitos humanos.
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