O transporte público de São José está prestes a passar por uma grande transformação. Após quase duas décadas sem uma nova licitação — a última foi em 2008 — a Prefeitura está concluindo uma série de estudos técnicos para embasar o novo modelo que será implantado nos próximos anos. E o ponto de partida para essa mudança veio da escuta direta da população.
Durante os meses de junho e julho, pesquisadores foram às ruas, às casas e também coletaram dados online para entender como os moradores se deslocam, quais linhas utilizam, o que sentem falta e como o sistema atual poderia ser melhor. O levantamento é fruto de uma parceria com a Fundação de Estudos e Pesquisas Socioeconômicos (Fepese), com apoio técnico do Laboratório de Transportes da UFSC (LabTrans).
O estudo contou com três frentes de coleta de dados:
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A primeira foi a Pesquisa Origem e Destino, com 902 entrevistas domiciliares. Nela, os moradores explicaram como e por onde se deslocam diariamente, quais meios de transporte utilizam, quais horários mais usam os ônibus e com que frequência.
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A segunda foi a Pesquisa de Embarque e Desembarque, feita dentro dos ônibus. Foram ouvidos 52 passageiros sobre sua percepção do serviço.
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Por fim, a pesquisa online, ainda disponível até esta sexta-feira (18), já recebeu mais de 1.140 respostas e pode ser acessada por qualquer cidadão no site da Prefeitura.
Além das entrevistas, a Secretaria de Trânsito também contribuiu com registros internos para completar o diagnóstico. Agora, com toda essa base de dados, começa a fase técnica do projeto: o redesenho das linhas, a definição de novos trajetos, horários, estimativas de custo, estrutura operacional e sustentabilidade do sistema.
A intenção é criar um modelo moderno, eficiente e compatível com o crescimento urbano que São José viveu nos últimos anos. Desde 2008, a cidade ganhou muitos novos bairros e viu os padrões de deslocamento mudarem — realidade que não se refletiu no atual sistema de transporte.
Hoje, o município conta com sete linhas municipais, operadas pelas empresas Estrela, Biguaçu e Santa Terezinha. O funcionamento vai das 5h30 às 22h30, com uma média de 150 mil passageiros por mês. A maioria das viagens são feitas em linhas intermunicipais, o que reforça a necessidade de integração com cidades vizinhas e o Governo do Estado.
O novo projeto será formulado com base em evidências reais e na vivência diária de quem depende do transporte coletivo. A expectativa é que, com esse modelo atualizado e participativo, São José tenha um sistema de ônibus mais ágil, confortável e alinhado às necessidades da população atual.
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