O patrimônio histórico e cultural da região continental de Florianópolis foi o grande destaque da sessão da Tribuna Livre desta terça-feira, na Câmara Municipal. A fala emocionada e firme de Édio Fernandes, conhecido como “Jajá do Continente”, chamou a atenção para a necessidade urgente de proteger as construções antigas que ainda resistem na parte continental da cidade.
A principal reivindicação foi a implementação efetiva do programa de Retrofit na região — um projeto que busca revitalizar imóveis históricos sem apagar suas características originais. A proposta já foi aprovada e transformada em lei em julho de 2024, mas ainda aguarda aplicação prática nos bairros do Continente.
Com o avanço das demolições e reformas que descaracterizam o cenário urbano, Jajá alertou para o risco de se perder mais do que paredes: o que está em jogo é a memória coletiva de uma Florianópolis que também se fez fora da Ilha. Muitas casas e prédios que contavam a história das primeiras ocupações urbanas da região continental já desapareceram, dando lugar a novas construções sem identidade com o passado local.
Entre os imóveis históricos que ainda resistem, muitos têm grande valor arquitetônico e simbólico. Eles representam períodos marcantes da formação social da cidade e guardam estilos únicos que ajudam a contar a trajetória da população da região continental.
A preocupação de quem vive ou atua na área vai além da preservação de prédios antigos. A defesa do patrimônio também é uma forma de resgatar o sentimento de pertencimento da comunidade. Ao manter vivas as referências históricas, fortalece-se a ligação entre as pessoas e o território que ocupam.
Para acelerar esse processo, foi solicitado ao presidente da Câmara a criação de uma força-tarefa voltada exclusivamente para a região continental. A proposta inclui promover reuniões com diferentes entidades públicas e privadas, a fim de unir esforços na preservação da identidade arquitetônica e cultural da área.
A ideia é clara: impedir que a paisagem histórica continue sendo apagada e garantir que Florianópolis mantenha viva a memória também do seu lado continental.
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