No coração do norte de Florianópolis, entre a praia do Moçambique e a Lagoa da Conceição, o Parque Estadual do Rio Vermelho se destaca como um santuário de preservação ambiental. Criado oficialmente pelo decreto estadual nº 308/2007, o espaço tem como missão proteger a vegetação de restinga e a fauna da Mata Atlântica, além de ser essencial para o equilíbrio hídrico da região.

Mais de 30 mil animais resgatados e devolvidos à natureza
Além de ser uma unidade de conservação de proteção integral, o parque desempenha um papel fundamental no resgate e reabilitação da fauna silvestre. Desde sua criação, cerca de 30 mil animais já foram tratados e devolvidos ao meio ambiente. O número varia conforme a época do ano, podendo chegar a 2.000 resgates mensais, especialmente no inverno, quando há um aumento no atendimento a animais marinhos.
Centro de Triagem recupera e reabilita espécies
Perto da trilha principal, funciona o Centro de Triagem de Animais Silvestres (CETAS), fruto da parceria entre o Instituto do Meio Ambiente de Santa Catarina (IMA) e o Instituto Catarinense de Conservação de Fauna e Flora. O local recebe animais resgatados pela Polícia Militar Ambiental, Corpo de Bombeiros e pelo próprio IMA. Após uma avaliação criteriosa, os animais seguem diferentes destinos: filhotes vão para um berçário, casos médicos são tratados em um ambulatório e os que precisam de reabilitação passam por recintos adaptados antes de voltarem à natureza. Já os que não têm condições de sobrevivência autônoma permanecem sob cuidados humanos.

Atualmente, estão em tratamento um filhote de tamanduá-mirim, um ouriço e uma tartaruga Tigre D’água, além de diversas aves. O parque também abriga animais que não podem mais ser soltos, como macacos, araras, cobras e corujas, servindo de ferramenta para a educação ambiental. Guias conduzem os visitantes pelas trilhas, explicando o impacto da ação humana sobre essas espécies e incentivando a preservação da biodiversidade.

Resgate de animais marinhos e a emocionante história de Francisca
O Parque Estadual do Rio Vermelho também abriga o Centro de Pesquisa, Reabilitação e Despetrolização de Animais Marinhos (CePRAM/R3 Animal), responsável por monitorar o litoral da Ilha de Santa Catarina em busca de animais necessitados de resgate. Um dos casos mais emblemáticos recentes é o de Francisca, uma toninha bebê – espécie de golfinho ameaçada de extinção no Brasil.

Ela foi encontrada debilitada no dia 3 de janeiro, na praia do Moçambique, e desde então vem recebendo cuidados intensivos. Com plantões veterinários 24 horas por dia, sua recuperação é um marco no trabalho da equipe. Francisca chegou desidratada e extremamente magra, mas já ganhou peso e iniciou a introdução de alimentos sólidos, como peixes e lulas.
O CePRAM também realiza o tratamento de dois pinguins e diversas aves marinhas, como albatrozes, gaivotas e um atobá. Além disso, o local conta com estrutura para exames, tratamentos e até necrópsias, buscando entender as causas das mortes dos animais encontrados no litoral.
Apoio da Petrobras e compromisso com a conservação
Parte desse trabalho acontece graças ao Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS), uma exigência do licenciamento ambiental conduzido pelo Ibama para as operações da Petrobras. A estatal financia a iniciativa como compensação ambiental pelas atividades de produção e escoamento de petróleo e gás natural na região.
Combinando preservação, pesquisa e educação ambiental, o Parque Estadual do Rio Vermelho segue firme na missão de proteger a fauna e flora de Florianópolis, garantindo um futuro mais sustentável para as próximas gerações.
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