A Polícia Civil concluiu nesta segunda-feira (1º) uma investigação que levou à prisão de um professor de 34 anos, acusado de produzir e armazenar material pornográfico infantil e de cometer abusos sexuais contra crianças em uma creche da rede pública municipal de Florianópolis. Os crimes teriam ocorrido no NEIM Nossa Senhora de Lourdes, no bairro Agronômica, onde o suspeito, identificado pelas iniciais A.S.R., atuava como auxiliar de sala.
A investigação começou no início de junho, após pais relatarem mudanças de comportamento em seus filhos. A partir das denúncias, a Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso iniciou os trabalhos, com apoio da Secretaria Municipal de Educação e da Controladoria-Geral do Município. Em menos de um mês, o inquérito foi finalizado com provas consideradas contundentes.
De acordo com a apuração, A.S.R. aproveitava os momentos em que ficava sozinho com as crianças, geralmente durante o intervalo de almoço da professora titular, para cometer os abusos. As vítimas identificadas até o momento são seis meninos, com idades entre quatro e seis anos. Parte dos crimes foi registrada em vídeos e fotos produzidos dentro do próprio ambiente escolar.
Durante a operação, os policiais apreenderam diversos aparelhos eletrônicos na casa do suspeito. Em apenas um dos dispositivos, foram localizados mais de cinco mil arquivos de pornografia infantil. Três HDs ainda estão em análise e podem revelar ainda mais materiais.
A prisão foi realizada após a Justiça autorizar mandados de busca, apreensão e quebra de sigilo de dados. O acusado foi detido preventivamente e aguarda audiência de custódia. As penas pelos crimes já identificados podem ultrapassar os 20 anos de prisão.
O suspeito mantinha uma presença ativa nas redes sociais, com postagens voltadas à defesa de causas sociais, inclusão e afeto infantil. Ele compartilhava tirinhas e ilustrações com personagens coloridos, mensagens sobre diversidade e convivência com crianças. Esse contraste entre o discurso público e os atos investigados chamou a atenção dos investigadores, que passaram a considerar a possibilidade de que a imagem nas redes servia como forma de aproximação com o universo infantil e de disfarce para condutas criminosas.
A Secretaria de Educação de Florianópolis informou que, ao tomar conhecimento da denúncia, afastou imediatamente o servidor e instaurou processo disciplinar no dia seguinte. A vaga foi preenchida por outro profissional, e equipes de acolhimento foram disponibilizadas para oferecer apoio às famílias atingidas.
As investigações continuam, e a Polícia Científica analisa novos dispositivos eletrônicos que podem ampliar o número de vítimas e o volume de provas. Até o momento, o caso é tratado como um dos mais graves já registrados no ambiente escolar público da capital catarinense.
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