A antiga rodoviária de Florianópolis, localizada em um ponto estratégico da cidade — no encontro das avenidas Hercílio Luz e Mauro Ramos —, é muito mais do que um prédio desativado. Ela carrega décadas de memória urbana, afetiva e social da Capital. Por isso, o debate sobre seu futuro desperta tantas emoções e opiniões divergentes.
Durante anos, o terminal foi uma das principais portas de entrada da cidade. Milhares de pessoas chegaram e partiram dali, movimentando não apenas o transporte, mas também o comércio, o turismo e a dinâmica cotidiana do Centro. Com a mudança para a rodoviária Rita Maria, o espaço perdeu sua função original, mas nunca saiu completamente do imaginário coletivo dos moradores.
Hoje, o imóvel está no centro de uma discussão que envolve a Prefeitura, o Ministério Público e a comunidade local. Parte dos moradores enxerga na antiga rodoviária um espaço com grande potencial para projetos culturais, sociais ou educacionais — uma oportunidade de dar novo sentido a um lugar histórico. Outros, no entanto, defendem a demolição do prédio, alegando abandono, insegurança e risco à integridade física de quem vive ou circula nas proximidades.
Essa polarização torna o tema relevante por diferentes motivos. Primeiro, por tratar de memória urbana: o que uma cidade escolhe preservar diz muito sobre como ela reconhece e valoriza sua história. Segundo, pela questão da ocupação do espaço público: o prédio está em uma área nobre da cidade, e sua utilização ou remoção impacta diretamente o desenvolvimento urbano do entorno. Terceiro, porque o caso é um exemplo claro da necessidade de diálogo entre poder público, órgãos de fiscalização e população.
O que está em jogo não é apenas um prédio antigo, mas o tipo de cidade que Florianópolis quer ser: uma capital que reutiliza seus espaços de forma criativa e participativa, ou que escolhe apagar vestígios do passado em nome de uma nova ocupação. Por isso, o futuro da antiga rodoviária continua sendo um tema tão atual, sensível e importante para toda a cidade.
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