A Polícia Civil realizou nesta quarta-feira (25) uma operação de busca e apreensão na Prefeitura de Florianópolis. A ação faz parte da 2ª fase da Operação Mão Grande II, que investiga um suposto esquema de propina envolvendo a liberação de obras irregulares na capital.
Segundo a investigação, a rede de corrupção atuava para liberar construções sem licença ambiental, por meio de acesso privilegiado a arquivos internos e agilização de processos administrativos. Além da Prefeitura, os mandados também foram cumpridos em endereços em Palhoça e outros pontos de Florianópolis. Durante as ações, foram apreendidos celulares, documentos e R$ 12 mil em espécie.
A operação é um desdobramento de um caso anterior que já havia revelado práticas de corrupção dentro da Floram (Fundação Municipal do Meio Ambiente). Na ocasião, um servidor efetivo da fundação foi flagrado em vídeo recebendo propina para evitar a demolição de uma obra irregular. Ele acabou condenado a quatro anos de prisão em regime semiaberto, além da perda do cargo público.
No vídeo que integra a investigação, o servidor discute os valores com um construtor. Os dois negociam a liberação da obra por valores que variavam de R$ 30 mil a R$ 110 mil, dependendo da forma de pagamento. Em determinado momento, o servidor demonstra nervosismo ao notar um carro desconhecido em frente ao local do encontro, mas é tranquilizado pelo interlocutor, que afirma se tratar de um funcionário.
Felipe Pereira, o servidor envolvido, atuava na Floram há oito anos antes de ser preso em setembro de 2023. Ele foi condenado por cobrar vantagens indevidas usando seu cargo na Prefeitura de Florianópolis.
De acordo com a Prefeitura, todos os investigados já foram desligados e o município segue colaborando com as investigações desde o início do caso. O objetivo da operação é apurar a extensão do esquema e identificar outros possíveis envolvidos na facilitação de construções irregulares por meio do pagamento de propina.
A investigação segue em andamento e novas fases da operação não estão descartadas. Enquanto isso, o caso expõe fragilidades nos mecanismos de controle de licenciamento urbano e ambiental em Florianópolis.
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