Uma operação policial de grande impacto desarticulou, nesta quinta-feira (8), uma inédita aliança criminosa que vinha atuando na Grande Florianópolis e no Rio Grande do Sul. Batizada de “ORCRIM Zoológico”, a ação foi comandada pela Delegacia de Repressão ao Crime Organizado (DRACO/DEIC) e teve como alvo uma união entre uma facção do tráfico de drogas e operadores do tradicional jogo do bicho.
Ao todo, foram cumpridas 16 ordens judiciais — 11 mandados de busca e apreensão e 5 de prisão — expedidas pela Justiça de Santa Catarina. As investigações indicam que a facção, já conhecida pelo controle de pontos de venda de drogas em comunidades da região, buscava diversificar seus lucros e ampliar sua influência com a exploração de máquinas caça-níqueis em parceria com bicheiros.
O acordo funcionava da seguinte forma: os contraventores do jogo do bicho obtinham acesso privilegiado a pontos estratégicos nas comunidades dominadas pela facção, instalando ali seus equipamentos de jogos de azar. Em troca, o grupo criminoso recebia 25% de todo o lucro gerado pelas apostas ilegais. Essa associação permitia que ambas as partes se beneficiassem, unindo forças para ampliar territórios e recursos financeiros.
A operação mobilizou cerca de 80 agentes da Polícia Civil de Santa Catarina, com reforços vindos de unidades especializadas como a DEIC, DPGF, CORE e NOC. Também contou com o apoio da DRACO do Rio Grande do Sul, que atuou nas ações realizadas em Caxias do Sul. Além desse município gaúcho, as buscas ocorreram em Florianópolis, Palhoça e Governador Celso Ramos.
Durante as diligências, cinco pessoas foram presas por mandado judicial. Uma delas foi ainda autuada em flagrante por tráfico de drogas. Também foram apreendidos diversos objetos considerados fundamentais para o avanço das investigações.
A Polícia Civil afirma que essa operação é apenas uma etapa do trabalho contínuo de combate às organizações criminosas que atuam na Grande Florianópolis, tanto no tráfico quanto na exploração ilegal de jogos. O foco agora está em desarticular por completo essa nova estrutura criminosa e responsabilizar todos os envolvidos.
O caso serve de alerta para a crescente sofisticação das alianças entre diferentes ramos do crime, exigindo respostas cada vez mais firmes das forças de segurança.
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