O futuro da antiga rodoviária de Florianópolis, localizada no Centro da cidade, voltou ao debate com mais intensidade. O IPHAN (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional) recebeu oficialmente um pedido de tombamento do edifício, considerado uma obra marcante da arquitetura moderna em Santa Catarina.
O pedido foi protocolado pelo IAB/SC (Instituto de Arquitetos do Brasil – Departamento de Santa Catarina) no dia 24 de julho, em conjunto com solicitações de tombamento estadual e municipal. O objetivo é evitar a demolição do prédio, que já esteve em pauta em diferentes momentos, e garantir sua preservação como patrimônio histórico.
Projetado nos anos 1950, o edifício da antiga rodoviária foi inicialmente pensado como mercado público, mas logo adaptado para abrigar o terminal rodoviário da capital. Seus arcos em concreto armado e os painéis em cobogó são apontados como exemplos do avanço da arquitetura modernista da época.
Atualmente, a construção está em situação de abandono e sob risco de ser demolida. Por isso, arquitetos, professores e entidades culturais elaboraram um dossiê técnico com argumentos para justificar o tombamento. O movimento também conta com apoio do DOCOMOMO/SC, do Movimento Traços Urbanos, de docentes do Departamento de Arquitetura da UFSC e do Conselho Estadual de Cultura.
De um lado, defensores do tombamento entendem que preservar o edifício é preservar a memória urbana da capital e possibilitar sua futura recuperação para uso comunitário. De outro, há quem defenda que o espaço seja liberado para novos empreendimentos imobiliários, com foco em geração de empregos e dinamização econômica da região central.
As discussões também envolvem o uso de recursos públicos. Enquanto parte dos grupos sugere que a área poderia se transformar em um centro comunitário, outros questionam se esse seria o melhor destino do dinheiro em um momento em que áreas como saúde, segurança e educação demandam prioridade.
Apesar das divergências, há consenso de que o terreno da antiga rodoviária tem grande potencial urbano, por estar cercado de escolas, residências e contar com fluxo constante de pessoas. Para urbanistas, o desafio está em criar soluções que conciliem interesses públicos e privados, de modo que o espaço seja financeiramente viável e, ao mesmo tempo, contribua para qualificar o ambiente urbano.
O pedido de tombamento ainda será analisado pelos órgãos competentes. Enquanto isso, a discussão segue aberta na cidade. O portal Agora Floripa segue apurando os próximos passos sobre o futuro da antiga rodoviária da capital.
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