A antiga rodoviária de Florianópolis, localizada em uma das áreas mais centrais e valorizadas da cidade, voltou a ser tema de debate entre moradores, autoridades e o poder público. No último sábado (19), um grupo de voluntários da Associação Pró-Centro (APROA) foi às ruas para colar cartazes e expressar, de forma direta, o desejo da comunidade: a demolição do prédio.
Hoje abandonada, a estrutura que já foi ponto de chegada e partida de milhares de pessoas está deteriorada, invadida e considerada insegura por quem vive e trabalha na região do bairro Centro. De acordo com a APROA, que reúne moradores e comerciantes das imediações, a maioria da população local defende a retirada da edificação e a concessão do terreno à iniciativa privada, como forma de revitalizar o espaço urbano.
A manifestação foi considerada histórica pelos participantes, por reunir moradores em uma ação conjunta e trazer visibilidade para a causa. A campanha se baseia em uma pesquisa realizada pela própria associação, que mostrou apoio majoritário à demolição.


Do outro lado da discussão, o tema já foi parar na Justiça. A Prefeitura de Florianópolis tentou, com base em laudos técnicos da Defesa Civil, obter autorização para demolir o prédio. O argumento principal era o risco estrutural e o estado de degradação da edificação. No entanto, o pedido foi negado pela Justiça de Santa Catarina no início de julho.
A decisão considerou recomendações de órgãos de preservação e do Ministério Público, que alertaram para o valor histórico e simbólico da antiga rodoviária. Também foi apontada a falta de diálogo com a sociedade civil, especialistas em urbanismo e entidades de proteção ao patrimônio cultural. Para esses grupos, é necessário um debate mais amplo e transparente antes de qualquer decisão definitiva.
A 30ª Promotoria de Justiça da Capital também acompanha o caso e solicitou formalmente à Prefeitura explicações sobre a situação atual do imóvel. O Ministério Público reconhece os relatos constantes sobre os problemas da estrutura e vê a necessidade de tratar a questão com responsabilidade e planejamento.
Com os ânimos acirrados, começa a se formar uma alternativa intermediária: buscar soluções que combinem segurança, funcionalidade e respeito à história do local. Ideias como reaproveitamento do prédio, requalificação urbana e novos usos públicos ou privados para o espaço ganham força no debate.
O futuro da antiga rodoviária ainda está indefinido, mas o movimento da APROA marca um novo capítulo nessa longa discussão. O que está em jogo vai além de um prédio: trata-se da forma como Florianópolis lida com sua memória urbana e com os desafios da revitalização de seus espaços mais emblemáticos.
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