Imagem de uma câmera de segurança revela o momento exato em que o dentista Cezar Maurício Ferreira colidiu seu carro, um Peugeot 208, na traseira de um Jeep Compass, em São José, na Grande Florianópolis. O acidente aconteceu na noite do dia 18 de julho. No dia seguinte, Cezar foi encontrado morto em uma cela da delegacia para onde foi levado após a colisão.

Segundo depoimento do motorista do Jeep atingido, Cezar apresentava sinais de confusão mental logo após o acidente. Ele não conseguia informar o próprio nome e apenas repetia frases curtas como “certo”, “vamos resolver” e “você está bem?”. Conforme o relato, seu estado cognitivo não parecia normal.
A Polícia Militar que atendeu a ocorrência registrou que o dentista demonstrava mais de um sinal de embriaguez, como fala arrastada e olhos vermelhos. Cezar não conseguiu realizar o teste do bafômetro. Após ser detido, ele foi levado à delegacia de São José, onde prestaria depoimento de forma remota à delegada de plantão, que estava em Florianópolis. No entanto, a oitiva foi interrompida porque o dentista “não estava em condições”.
No dia seguinte, ele foi encontrado sem vida na cela. O laudo da Polícia Científica apontou como causa da morte uma arritmia cardíaca provocada por uma condição chamada cardiopatia hipertrófica. De acordo com os peritos, o quadro foi potencialmente agravado por medicamentos que Cezar usava. O exame toxicológico não identificou álcool ou drogas ilícitas no organismo, mas detectou substâncias para tratamento de depressão, diabetes e problemas cardíacos.
A defesa da família do dentista afirma que a morte foi uma tragédia médica que poderia ter sido evitada. O advogado alega que os sintomas de Cezar, no momento da abordagem, não indicavam embriaguez ao volante, mas sinais de uma condição clínica em evolução.
Por outro lado, o advogado dos policiais militares envolvidos na ocorrência afirmou que os agentes seguiram o Procedimento Operacional Padrão da corporação. Ele explicou que os militares não são responsáveis por diagnosticar embriaguez, apenas por identificar se uma pessoa está ou não em condições de conduzir um veículo.
As autoridades de segurança pública emitiram uma nota conjunta lamentando profundamente a morte do dentista e se solidarizando com os familiares. A Polícia Militar informou que abriu um inquérito para avaliar os procedimentos adotados pelos policiais e que só irá se manifestar oficialmente após a conclusão da investigação. A Polícia Civil também mantém um inquérito em andamento para apurar todos os detalhes da ocorrência, com base no laudo oficial.
LEIA AQUI AS PRINCIPAIS MATÉRIAS DO CASO:
Em São José, confusão entre infarto e embriaguez teria motivado detenção de dentista e sua morte em cela
Quem era o dentista encontrado morto em cela de delegacia em São José
Laudo aponta que dentista morto em cela em São José não consumiu álcool ou drogas
Vídeo revela dentista “sem condições” de depor antes de morte em cela em São José
Laudo revela que dentista preso em São José morreu por arritmia cardíaca
O caso segue sendo investigado.
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