A Havan decidiu remover do ar todos os vídeos da série “amostradinhos do mês”, que mostravam pessoas supostamente flagradas tentando furtar produtos em lojas da rede. A retirada aconteceu após notificação da Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD), que questionou o conteúdo por possível violação à Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), especialmente no que diz respeito à exposição de imagem e privacidade.
Desde agosto de 2024, os vídeos vinham sendo publicados nas redes sociais oficiais da empresa e do empresário Luciano Hang, com os rostos dos suspeitos exibidos de forma nítida, sem qualquer distorção. A proposta era usar o constrangimento público como forma de inibir furtos, uma ideia inspirada na cultura do “funcionário do mês”, mas com um viés totalmente diferente.
A medida, porém, gerou grande repercussão e críticas de especialistas em direito digital e proteção de dados, que apontaram possíveis ilegalidades na exposição das imagens sem autorização ou anonimização. Em resposta à notificação, a empresa solicitou uma revisão da decisão, e a ANPD segue avaliando a legalidade da conduta adotada pela rede varejista.
Lembra do caso em São José, na Grande Florianópolis?
O caso ocorreu em maio de 2025, em uma unidade da Havan no bairro Barreiros, em São José, na Grande Florianópolis. Na ocasião, criminosos furtaram duas cancelas do estacionamento da loja por volta das 6h da manhã de um domingo. As imagens da ação foram divulgadas diretamente pelo empresário nas redes sociais, gerando revolta e comoção.
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Indignado, o dono da rede chegou a oferecer uma recompensa de R$ 10 mil a quem ajudasse a identificar os responsáveis. Segundo ele, atos como esse seriam resultado de uma sensação de impunidade crescente no país, onde criminosos se sentem à vontade para agir. As denúncias sobre o caso podiam ser feitas de forma anônima por um número exclusivo.
E agora? É o fim dos “amostradinhos”?
Com a notificação da ANPD e a retirada dos vídeos do ar, a série que gerava forte repercussão nas redes sociais parece ter chegado ao fim. A fiscalização segue em andamento e avalia se a divulgação das imagens fere direitos individuais protegidos por lei.
A decisão abre um novo capítulo na forma como grandes empresas lidam com a segurança de suas lojas e a exposição de suspeitos. O caso da unidade de São José mostra que os furtos continuam acontecendo, mas os métodos de resposta agora estão sob maior vigilância.
A Havan, por sua vez, ainda não se manifestou oficialmente sobre o futuro da série ou sobre possíveis novos formatos de comunicação e prevenção de perdas. O que se sabe, até o momento, é que os “amostradinhos do mês” desapareceram das redes — e talvez, definitivamente.
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