A campanha Julho Amarelo chegou para reforçar um importante alerta de saúde pública: as hepatites virais continuam fazendo vítimas em silêncio — e a Grande Florianópolis foi uma das regiões mais afetadas nos últimos anos. Só em 2023, houve um salto nos casos de hepatite A na região, passando de 11 para 228 notificações, especialmente durante o verão.
As hepatites virais são infecções que atingem o fígado e podem ser causadas por diferentes tipos de vírus: A, B, C, D e E. Embora algumas tenham evolução benigna, outras podem causar danos graves, como cirrose, câncer no fígado e até levar à morte. O maior problema é que, muitas vezes, os sintomas são imperceptíveis ou confundidos com outras doenças — o que reforça a importância do diagnóstico precoce.
Em Santa Catarina, a rede pública de saúde está preparada para oferecer vacinação, diagnóstico rápido e tratamento gratuito. A vacina contra a hepatite A é indicada para crianças de 15 meses a 5 anos, e garante imunidade duradoura. Já a vacina contra a hepatite B é aplicada desde as primeiras 12 horas de vida do bebê, com reforços aos 2, 4 e 6 meses. E para quem nunca foi vacinado, o SUS oferece o imunizante para todas as idades. A proteção contra a hepatite B também evita a infecção pela hepatite D, que só aparece em pessoas já infectadas pelo tipo B.
Quando o assunto é tratamento, a hepatite C hoje é curável em mais de 95% dos casos, graças aos antivirais de ação direta disponíveis gratuitamente pelo SUS. Já a hepatite B não tem cura definitiva, mas o tratamento ajuda a controlar a infecção, reduzindo os riscos de complicações graves.
A testagem também é fundamental — e está disponível nas unidades de saúde dos municípios da Grande Florianópolis. Os testes rápidos detectam os vírus das hepatites B e C com agilidade e confiança. O ideal é que todas as pessoas, especialmente as com mais de 40 anos, gestantes, ou aquelas que já compartilharam objetos cortantes, façam a testagem.
Entre 2014 e 2024, Santa Catarina registrou 26.803 casos de hepatites virais, sendo 13.758 de hepatite B (mais da metade dos casos), 12.207 de hepatite C e 838 de hepatite A. Neste período, 585 mortes foram registradas no estado em decorrência das infecções.
O cenário varia por região: enquanto o Extremo Oeste e Oeste concentram a maioria dos casos de hepatite B, o litoral, especialmente a Grande Florianópolis, tem a maior incidência de hepatite C. No caso da hepatite A, os homens são os mais atingidos — cerca de três vezes mais que as mulheres.
A boa notícia é que prevenir é simples: usar preservativos, não compartilhar objetos perfurocortantes, manter a vacinação em dia e buscar testagem gratuita nas unidades de saúde. Neste Julho Amarelo, a informação pode salvar vidas — e a Grande Florianópolis tem todos os recursos para virar esse jogo.
Compartilhe essa informação com quem precisa saber!
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!