Florianópolis amanheceu congelada nesta quarta-feira (25) e enfrentou o frio mais intenso das últimas duas décadas e meia. Às 7h da manhã, os termômetros marcaram impressionantes 0,84°C no Norte da Ilha — a menor temperatura registrada na capital desde julho do ano 2000, quando o bairro Itacorubi teve 0°C cravados.
A onda de frio, provocada por uma forte massa de ar polar, se espalhou por todo o estado de Santa Catarina, derrubando temperaturas e mudando a paisagem. No próprio Itacorubi, os moradores presenciaram uma cena rara: formação de geada e mínima de 2,94°C. Já na Lagoa do Peri, os termômetros marcaram 5,8°C. Em São José, região metropolitana de Florianópolis, os para-brisas congelados revelaram o quanto o frio se intensificou durante a madrugada.
A estação meteorológica de Carijós, ativa desde 2013, também bateu seu próprio recorde, registrando a menor temperatura desde sua inauguração. O frio foi tão forte que exigiu atenção especial da Defesa Civil e do Instituto Nacional de Meteorologia, que emitiram alertas para o risco de doenças respiratórias agravadas, hipotermia e até congelamento de pistas.
Na Serra catarinense, o frio foi ainda mais severo. Urupema registrou -8,03°C, seguida por São Joaquim com -7,67°C e Urubici com -6,64°C. Outras cidades também marcaram temperaturas negativas, como Fraiburgo, Lages, Canoinhas e Campos Novos. Na Serra do Rio do Rastro, foi preciso despejar uma tonelada de sal na SC-390 devido ao congelamento da pista.
Diante das temperaturas extremas, as atenções se voltaram para a população em situação de rua e outras pessoas em vulnerabilidade. Em todo o estado, a recomendação da Secretaria de Assistência Social é que os municípios abram abrigos emergenciais, organizem pontos de apoio em igrejas, ginásios e postos de saúde, e garantam o fornecimento de itens básicos como alimentos, cobertores, colchões e roupas de inverno. As equipes de abordagem social também distribuem bebidas quentes e insumos para proteger do frio.
Em Florianópolis, o atendimento emergencial está sendo feito na Passarela da Cidadania. No local, há refeições diárias, acolhimento noturno, higiene pessoal, lavagem de roupas e atividades socioeducativas. A estrutura também distribui roupas quentes, cobertores e itens de proteção contra o frio. Segundo a prefeitura, há 250 vagas disponíveis em abrigos para acolhimento durante este período.
Além do espaço físico, equipes fazem abordagens nas ruas com escuta ativa, encaminhamento para serviços e transporte emergencial. Um veículo de plantão fica disponível 24h para situações de urgência e pode ser acionado pelo número 153.
Com a primeira grande onda de frio do inverno de 2025, Florianópolis, conhecida por suas praias e paisagens ensolaradas, vive agora o outro extremo do clima — e mostra que também sabe enfrentar o rigor do inverno catarinense.
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