Um homem procurado pela Justiça foi preso na tarde desta terça-feira (22) pela Guarda Municipal de Florianópolis (GMF), em uma ação coordenada da equipe ROMU (Ronda Ostensiva Municipal), no prédio desativado da antiga rodoviária da cidade, localizada entre as avenidas Mauro Ramos e Hercílio Luz, no Centro da capital.
De acordo com a GMF, o homem usava documentos falsos e circulava pela região central. Ao perceber a presença das guarnições, tentou escapar subindo no telhado da estrutura abandonada. A tentativa de fuga, no entanto, foi frustrada graças à colaboração de um morador de um prédio vizinho, que indicou aos agentes onde o foragido estava escondido.
Cercado, ele foi contido com segurança, apesar de apresentar resistência. Encaminhado à delegacia, teve sua identidade verdadeira confirmada.
O homem possui extensa ficha criminal e mais de 10 anos de pena a cumprir por violar o regime prisional.
O episódio reacende a discussão sobre a situação da antiga rodoviária de Florianópolis.
Com ocupações irregulares e uso frequente por pessoas em situação de rua ou suspeitas de envolvimento com crimes, o local é considerado um ponto sensível no Centro.
A estrutura construída na década de 1950 está no centro de uma disputa judicial e política. Mesmo sendo administrada há décadas pela Prefeitura, o terreno de 1.873 m² ainda estava com matrícula estadual, o que gerava insegurança jurídica. Um Projeto de Lei enviado pelo Governo do Estado à Assembleia Legislativa deve resolver esse impasse, oficializando a posse do imóvel para o município.
A proposta reconhece a função social que o prédio tem exercido, inclusive como sede do Mercado Municipal da Antiga Rodoviária, espaço que abriga feiras e atividades culturais. Com a regularização da posse, a Prefeitura poderá investir com mais segurança na revitalização do local ou dar a ele outra finalidade.
No entanto, a situação estrutural do prédio levanta preocupações. Laudos da Defesa Civil apontam risco de colapso, e a Prefeitura chegou a solicitar autorização da Justiça para demolição do imóvel. O pedido foi negado pela 3ª Vara da Fazenda Pública, com base em pareceres do Ministério Público e de entidades ligadas à preservação histórica. A justificativa é de que o prédio tem valor simbólico e cultural para a cidade.
No último sábado (19), moradores e comerciantes da região central, reunidos na Associação Pró-Centro (APROA), fizeram um movimento público pela demolição do prédio. Cartazes foram espalhados pela cidade pedindo a retirada da estrutura e defendendo que o terreno seja concedido à iniciativa privada, como forma de revitalizar a área.
Em suas redes sociais manifestou a APROA:
🏚️ Hoje abandonada, invadida e insegura, a estrutura traz impactos negativos para quem vive e trabalha na região.
📊 Em nossa pesquisa anual, o recado foi claro:
a maioria quer a demolição do prédio e a concessão da área à iniciativa privada.🤝 A ação foi histórica — uniu moradores, deu visibilidade à causa e chamou a atenção do poder público.
📍A Antiga Rodoviária já cumpriu seu papel. Agora, é hora de virar a página.
O tema segue dividindo opiniões. Enquanto parte da população defende a preservação e o reaproveitamento do espaço, outro grupo vê na demolição uma saída para os problemas urbanos e de segurança. O Ministério Público também acompanha de perto o caso e cobra soluções que levem em conta tanto o valor histórico quanto a integridade física da população.
O episódio da prisão do foragido pela GMF, além de destacar o trabalho de segurança pública, revela a urgência de uma decisão definitiva sobre o destino da antiga rodoviária. O prédio, que já recebeu milhares de viajantes ao longo de décadas, agora precisa de um novo capítulo — seguro, funcional e à altura da memória da cidade.
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