Um projeto de lei apresentado na Câmara Municipal de Florianópolis tem gerado debates e curiosidade. A proposta, criada pelo vereador Claudinei Marques (Republicanos), busca proibir que bonecos hiper-realistas, como os famosos “Bebês Reborn”, sejam atendidos em unidades de saúde públicas da cidade.
Esses bonecos são conhecidos por sua aparência extremamente parecida com a de bebês reais. Feitos de silicone, vinil ou outros materiais, eles têm peso, textura e detalhes que, à primeira vista, podem confundir até profissionais da saúde. Há relatos de pessoas que levam esses bonecos até UPAs, hospitais e postos de saúde, exigindo triagem e atendimento como se fossem crianças de verdade.
O projeto surgiu justamente para evitar esse tipo de situação, que, segundo o vereador, pode prejudicar o funcionamento das unidades de emergência. A proposta determina que nenhum serviço de saúde seja prestado a esses bonecos, incluindo consultas, exames, medicamentos, transporte em ambulância ou qualquer tipo de simulação de atendimento.
A proposta é clara: os serviços médicos devem estar 100% voltados para o atendimento de seres humanos. O vereador explica que essas situações simuladas podem tomar tempo e recursos que são essenciais para salvar vidas reais, ainda mais em momentos de grande demanda nas emergências.
Além da proibição, o projeto estabelece punições para os profissionais e unidades que permitirem ou realizarem esse tipo de atendimento. Estão previstas multas por ocorrência e até procedimentos administrativos que podem levar à demissão, caso fique comprovada a conduta intencional.
Mas o texto também leva em conta o lado emocional. Para as pessoas que demonstram apego afetivo a esses bonecos, a proposta prevê encaminhamento para acompanhamento psicossocial pela rede de saúde mental do município, desde que seja avaliado pela equipe técnica.
O uso de bonecos hiper-realistas como os Bebês Reborn tem crescido em todo o país. Algumas pessoas usam esses objetos como forma de lidar com perdas gestacionais, traumas emocionais ou situações ligadas à maternidade. Em muitos casos, os bonecos são tratados como filhos, sendo levados em carrinhos, alimentados simbolicamente e apresentados à sociedade como bebês verdadeiros.
Apesar disso, o vereador Claudinei Marques defende que esses vínculos emocionais devem ser acolhidos fora do ambiente da emergência médica, que precisa estar preparado para situações reais e urgentes.
O projeto ainda será analisado nas comissões da Câmara antes de seguir para votação. Se aprovado, trará uma nova regra para as unidades de saúde de Florianópolis, deixando claro que o foco da saúde pública é salvar vidas reais — e não simular atendimentos com bonecos.
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