Florianópolis viveu um momento de profunda emoção e respeito na noite de quarta-feira (7), durante uma sessão especial no Parlamento catarinense. A homenagem marcou os 80 anos do Dia da Vitória na Segunda Guerra Mundial e foi dedicada aos heróis da Força Expedicionária Brasileira (FEB), com destaque para os 956 catarinenses que participaram dos combates na Itália.
A cerimônia aconteceu no plenário Deputado Osni Régis, no Palácio Barriga Verde, e reuniu militares, agentes políticos, familiares de ex-combatentes e representantes das Forças Armadas. Entre os momentos mais marcantes, estiveram os depoimentos dos filhos de pracinhas e a entrega de homenagens simbólicas a instituições que representam o legado militar catarinense.
A Força Expedicionária Brasileira levou mais de 25 mil militares para lutar na Europa ao lado dos Aliados. Os “pracinhas”, como ficaram conhecidos, foram protagonistas em batalhas históricas como Monte Castelo, Montese e Fornovo di Taro. Ao fim da guerra, 454 brasileiros perderam a vida em combate.
Durante a cerimônia, receberam homenagens a 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, a Base Aérea de Florianópolis, a Capitania dos Portos de Santa Catarina e o 63º Batalhão de Infantaria. Todas essas instituições representam a continuidade da bravura e da dedicação dos combatentes que enfrentaram os horrores da guerra.
Um dos momentos mais tocantes da noite foi a homenagem póstuma ao soldado Arnoldo Cândido Raulino, representado por sua filha, Clélia Maria Andrade. Ela emocionou os presentes ao lembrar que seu pai morreu sem jamais ter sido homenageado em vida, apesar de ter sido um dos primeiros catarinenses a falecer após o conflito. Clélia revelou que está escrevendo um livro para resgatar a memória do pai e de tantos outros esquecidos pela história.
Outro relato comovente veio de Sérgio Acácio, filho de Acácio Garcia, ex-combatente da FEB. Ele contou sobre a experiência de visitar os campos de batalha na Itália onde seu pai lutou, descrevendo o passeio como “uma viagem ao passado”. A homenagem no Parlamento foi, para ele, um momento de reencontro com a história e com o sacrifício dos que lutaram pela liberdade.
O comandante da 14ª Brigada de Infantaria Motorizada, General Gelson de Souza, reforçou a importância de manter viva a memória desses heróis e de refletir sobre as consequências da guerra. Ele destacou que os militares de hoje carregam com orgulho o legado dos que combateram durante a Segunda Guerra Mundial.
A homenagem realizada em Florianópolis foi mais do que um ato simbólico. Foi um resgate da história, um reconhecimento necessário e um lembrete de que a liberdade tem preço — e muitos catarinenses pagaram esse preço com a própria vida. Em meio a bandeiras, discursos emocionados e memórias vivas, a cidade agradeceu a coragem de seus filhos que lutaram para que o Brasil pudesse viver em paz.
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