O mês de junho começou trazendo boas notícias e redes cheias para os pescadores de Florianópolis. Na manhã desta quarta-feira (4), um lanço impressionante movimentou a Praia do Gravatá. Foram cerca de 16 toneladas de tainha, o equivalente a mais de 10 mil peixes, enchendo de alegria quem vive da pesca artesanal.
Esse espetáculo da natureza não só emociona os pescadores, como também atrai moradores, turistas e curiosos, que acompanham de perto uma das tradições mais marcantes do litoral catarinense. Ver a rede se fechar e a água se agitar com milhares de peixes é uma cena que nunca perde a força, carregando um valor cultural e econômico enorme para a região.
A safra deste ano começou com muita esperança. No domingo (1º), outros dois grandes lances já haviam sido registrados, um na Praia de Cima, em Palhoça, e outro no Pântano do Sul, em Florianópolis, somando aproximadamente 15 mil peixes. São sinais de que o ciclo da tainha segue forte, apesar dos desafios enfrentados.
E desafios não faltam. A temporada de 2025 começou no dia 1º de maio cercada de incertezas, principalmente por conta de uma decisão do governo federal que limitou a captura total da espécie em 6.795 toneladas. Essa regra, determinada por uma portaria do Ministério da Pesca e do Ministério do Meio Ambiente, atingiu diretamente os pescadores catarinenses, que consideram o limite injusto.
O governo de Santa Catarina entrou na Justiça para tentar suspender essa restrição, mas teve o pedido negado. Diante disso, a Procuradoria-Geral do Estado ingressou com uma nova ação no fim de maio, buscando garantir o direito dos pescadores de manterem suas atividades sem prejuízos.
Vale lembrar que a pesca da tainha é muito mais do que uma atividade econômica. Ela carrega séculos de história, saberes e tradições passadas de geração em geração. Além disso, o setor movimenta a economia local, gera empregos e mantém viva a cultura das comunidades pesqueiras do litoral.
Mesmo com a insegurança jurídica, a força do mar, o conhecimento dos pescadores e a conexão com a natureza mostram que, pelo menos por enquanto, a tradição segue mais viva do que nunca. E quem esteve na Praia do Gravatá nesta quarta, certamente presenciou um daqueles momentos que ficam gravados na memória e no coração de Florianópolis.
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