A Polícia Civil concluiu o inquérito que deu origem à Operação Presságio e apontou que o ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte de Florianópolis, Ed Pereira, teria recebido cerca de R$ 500 mil em valores ilícitos. Parte do montante, segundo os investigadores, foi utilizada para a compra de um carro quitado em dinheiro vivo.
O relatório detalha que os recursos foram obtidos a partir da intermediação de Pereira na contratação da empresa Amazon Fort, em 2021, para serviços de limpeza urbana da capital. O contrato, firmado em caráter emergencial, foi assinado em 19 de janeiro, um dia antes da greve dos servidores da Comcap. Mesmo com a paralisação durando apenas dez dias, a empresa manteve vínculo com a prefeitura por 17 meses, recebendo R$ 29 milhões entre janeiro de 2021 e maio de 2022.
Segundo a apuração, a Amazon Fort tinha sede em Porto Velho, Rondônia, e filial no Acre, sem qualquer ligação anterior com Santa Catarina. O contrato emergencial firmado pela prefeitura e intermediado pelo então secretário se tornou a peça central da investigação.
As movimentações financeiras analisadas pela Polícia Civil revelaram que, em setembro de 2020, um saque de R$ 130 mil em uma agência bancária no Centro de Florianópolis foi destinado ao ex-secretário. Do valor, R$ 77.900 teriam sido utilizados para a compra de um veículo, pago integralmente em espécie.
O relatório também aponta que a contratação irregular resultou não apenas em indícios de corrupção passiva, mas também em crimes ambientais. Foi identificado o uso de uma área pública como ponto de transbordo de lixo sem a devida licença ambiental.
Além de Pereira, outras cinco pessoas foram indiciadas por crimes como corrupção ativa e passiva, fraude, lavagem de dinheiro e organização criminosa. O caso, investigado desde 2021, se tornou um dos principais desdobramentos da Operação Presságio, que revelou esquemas de desvio de recursos públicos ligados à coleta de lixo em Florianópolis.
A investigação segue em curso, e novas informações devem ser divulgadas conforme decisões judiciais. O portal Agora Floripa segue apurando detalhes sobre os próximos passos da ação policial.
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