Na noite de terça-feira (02), uma ação de distribuição de alimentos a pessoas em situação de rua chamou a atenção no Centro de Florianópolis, nas escadarias da Catedral Metropolitana, em frente à Praça XV. A iniciativa, de caráter humanitário, contrasta com o posicionamento da Prefeitura no início de 2025, que buscava restringir a distribuição de alimentos em espaços públicos da cidade.
O decreto municipal em elaboração previa limitar a doação de refeições apenas a um ponto central, a Passarela da Cidadania, sob a justificativa de manter a qualidade dos serviços e evitar sujeira nas áreas públicas. Caso descumprida, a medida sugeria a aplicação de multas para indivíduos ou organizações que distribuíssem alimentos fora do local designado.
A Passarela da Cidadania é hoje um dos principais pontos de acolhimento para pessoas em situação de rua em Florianópolis. No local, é oferecido café da manhã, almoço e jantar, além de banho, guarda de pertences, higienização de roupas e atividades complementares. Segundo levantamento da Prefeitura, o espaço tem capacidade para atender 230 pessoas, com 160 vagas de pernoite, e diariamente são oferecidas cerca de 500 refeições.
A decisão de concentrar a distribuição de alimentos na Passarela já gerou críticas. O Comsea (Conselho Municipal de Segurança Alimentar e Nutricional) manifestou preocupação, alegando que o espaço é insuficiente para atender a demanda e que as condições estruturais não são ideais, podendo sobrecarregar o local, especialmente durante eventos simultâneos.
No início do ano, a medida contou com apoio do então secretário de Assistência Social, Bruno Souza, que posteriormente por divergências quanto à condução da pasta levou ao seu desligamento em junho de 2025. A Prefeitura por meio da sua assessoria de comunicação informou a reportagem do portal Agora Floripa que continuará aprimorando as políticas de assistência social e que o decreto de ordenamento da distribuição de alimentos visa organizar a ação de forma adequada.
A recente ação nas escadarias da Catedral demonstra que, apesar das restrições em discussão, a sociedade civil segue atuando na assistência às pessoas em situação de rua. O portal Agora Floripa segue apurando como as medidas do poder público serão aplicadas e a evolução da distribuição de alimentos nos próximos meses.
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