Uma discussão acalorada na Câmara de Vereadores de Florianópolis nesta terça-feira (20) acabou se transformando em um debate sobre preconceito, pertencimento e representatividade. A vereadora Ingrid Sateré Mawé, mulher indígena e professora, afirmou ter sido vítima de xenofobia durante a sessão.
Tudo começou quando o vereador Bezerra questionou a parlamentar com a seguinte pergunta:
“De onde você veio, sua cidade natal também é assim?”
A vereadora interpretou essa fala como uma tentativa de deslegitimá-la por ela não ter nascido em Florianópolis. Em resposta, ela publicou um texto nas redes sociais dizendo que não vai aceitar ser calada e que foi eleita pelo povo da cidade para representá-lo.
Ela destacou que a capital catarinense é formada por pessoas de diferentes regiões. Segundo o Censo de 2022, mais de 115 mil pessoas chegaram a Florianópolis nos últimos anos. A parlamentar, que mora na cidade há 18 anos, reforçou que muitos que “vieram de fora” são justamente os que hoje constroem, cuidam e transformam o município.
Ingrid também lembrou sua trajetória: vinda da Amazônia, mulher indígena, educadora e defensora de políticas públicas para a população mais vulnerável. Ela afirmou que falas como a do colega vereador são formas sutis de manter o poder sempre nas mãos dos mesmos e excluir vozes que incomodam.
Do outro lado, o vereador Bezerra divulgou uma nota em suas redes dizendo que sua fala foi mal interpretada e que nunca teve a intenção de ofender a colega. Segundo ele, o comentário aconteceu em um contexto de debate sobre paralisações em creches municipais, tema discutido por vários vereadores durante a sessão.
Ele afirmou que respeita todas as pessoas, independentemente de origem, gênero, cor ou posição política, e que continuará trabalhando de forma igualitária para toda a população de Florianópolis.
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