Trinta crianças do Núcleo de Educação Infantil Municipal (Neim) Campeche viveram uma manhã diferente e cheia de aprendizado nesta quarta-feira em Florianópolis. Em um passeio especial, os pequenos, com idades entre quatro e cinco anos, visitaram o tradicional Rancho do Seu Getúlio, localizado na Praia do Campeche, a poucos metros da unidade educativa.
A caminhada até o rancho foi o início de uma verdadeira imersão na cultura tradicional da ilha. A visita faz parte de uma proposta pedagógica voltada à valorização da pesca artesanal e da preservação do meio ambiente. Acompanhados por professores e monitora, os alunos foram recebidos por Ivanir Aroldo Faustino, administrador do espaço e responsável pelo projeto “Compartilhando Saberes”.
Durante o encontro, Ivanir conversou com as crianças sobre como funcionam as práticas da pesca artesanal, realizadas por comunidades locais com equipamentos simples e mão de obra familiar. Ele também abordou temas como o impacto do lixo no mar e os perigos para os peixes que, ao confundirem plástico com alimento, acabam morrendo. O alerta foi dado de forma lúdica e educativa, estimulando a consciência ambiental desde cedo.
As crianças também puderam conhecer de perto as três emblemáticas canoas do rancho: Glória, Glorinha e Zé Perri, todas feitas com troncos de garapuvu, árvore símbolo de Florianópolis. A mais antiga, a Glória, tem mais de cem anos e foi construída por Seu Deca, pai de Getúlio, como homenagem à filha. Getúlio Manoel Inácio, que dá nome ao rancho, era militar da reserva, pescador e músico. Faleceu em 2018 e deixou um legado de amor ao mar e à cultura local.
Além da associação de pescadores, criada por ele, também nasceu o Instituto Getúlio Manoel Inácio (IGMI), fundado por familiares e moradores do Campeche. O instituto trabalha para preservar e transmitir os saberes da pesca artesanal para as novas gerações.
O passeio ao Rancho do Seu Getúlio foi mais do que uma aula fora da sala: foi um encontro com a história, com o mar e com o respeito ao meio ambiente. Um momento marcante para as crianças, que aprenderam com os pés na areia e os olhos brilhando diante da sabedoria popular que move a comunidade do Campeche.
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