Após dez dias de angústia e buscas intensas, foi confirmado que o corpo encontrado em uma encosta na Lagoinha do Leste, em Florianópolis, é do idoso argentino José María Alday, de 70 anos. O ex-professor, natural de Córdoba, estava desaparecido desde o dia 15 de maio, quando saiu para fazer trilhas na região Sul da capital catarinense.
José María havia viajado ao Brasil no início de maio para visitar um amigo no bairro Pântano do Sul. A última vez em que foi visto, ele se dirigia para uma área conhecida por suas trilhas e cavernas, com destino à famosa “Caverna do Pântano”. Depois desse dia, não houve mais qualquer contato.
As buscas mobilizaram mais de 50 bombeiros de Santa Catarina, que enfrentaram condições extremamente desafiadoras, como terrenos íngremes, mata fechada, costões rochosos e condições climáticas adversas, incluindo chuva, vento e nevoeiro.
O trabalho dos bombeiros foi minucioso. Eles utilizaram cães farejadores, drones com câmeras térmicas, embarcações, georreferenciamento e até alto-falantes para tentar localizar o turista. A aeronave Arcanjo-01, do Batalhão de Operações Aéreas, foi fundamental para o transporte das equipes e os sobrevoos nas áreas de mais difícil acesso.
A primeira pista concreta surgiu após a análise de imagens de câmeras de segurança, que mostraram Alday caminhando próximo à entrada da trilha da Lagoinha do Leste, no bairro Pântano do Sul. Duas testemunhas também relataram tê-lo visto subindo a trilha em direção à Pedra da Coroa, o que ajudou a direcionar os esforços de busca.
No dia 24 de maio, um pescador comunicou ter avistado algo que parecia ser um corpo em um costão rochoso entre a Lagoinha do Leste e o Pântano do Sul. A informação foi imediatamente checada pela equipe aérea, que confirmou a presença do corpo em uma área extremamente íngreme e de difícil acesso, cerca de 50 metros acima do nível do mar.
Devido às más condições climáticas e ao risco no local, o resgate precisou ser adiado para o dia seguinte. Na manhã de 25 de maio, o Corpo de Bombeiros realizou uma operação de altíssima complexidade. Utilizando técnicas de rapel, os profissionais conseguiram acessar o ponto exato onde o corpo estava preso entre as pedras.
A identificação foi concluída pela Polícia Científica de Santa Catarina, com apoio dos dados enviados pela família, incluindo registros odontológicos e uma característica física marcante: José María possuía duas próteses de joelho, o que foi determinante para a confirmação da identidade.
O encerramento da operação traz alívio para a família, que agora poderá realizar os procedimentos de traslado e despedida, mas também deixa um alerta sobre os riscos que trilhas em áreas de mata fechada e costões podem oferecer, especialmente para turistas desacompanhados ou sem conhecimento prévio do terreno.
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