Segundo a comunidade da Armação do Pântano do Sul, em Florianópolis, a tranquilidade do bairro foi abalada por um projeto que prevê a construção de um prédio de sete andares com 92 apartamentos, localizado bem na beira da praia. O empreendimento, que tem gerado polêmica, levou os moradores às ruas neste sábado, 7 de junho, em um ato de protesto organizado pelo Fórum Popular do Distrito do Pântano do Sul.
Com o nome “Salve a Armação – 7 pavimentos aqui não!”, a manifestação começou às 15h na Rua Hermes Guedes da Fonseca e reuniu dezenas de pessoas preocupadas com o futuro do bairro. O principal alvo da mobilização é a verticalização da região, permitida pelo novo Plano Diretor que classificou o local como uma Área de Desenvolvimento Incentivado (ADI). A nova classificação abre espaço para construções maiores, mesmo em áreas que não têm estrutura adequada.
E é justamente essa falta de estrutura que revolta os moradores. A Armação do Pântano do Sul não tem sistema de esgotamento sanitário, o abastecimento de água é limitado e a mobilidade urbana já enfrenta dificuldades com o tráfego atual. Com um novo prédio de grandes proporções, esses problemas tendem a se agravar.
A comunidade teme ainda os impactos ambientais e culturais da obra. A região é considerada uma das mais tradicionais e sensíveis da capital catarinense, abrigando colônias de pesca centenárias e uma paisagem natural que atrai visitantes e encanta moradores. Para os participantes do protesto, a construção do prédio ameaça diretamente a identidade local e o equilíbrio ambiental.
Segundo os organizadores, o objetivo do movimento é pressionar o poder público e os órgãos ambientais a reverem a autorização da obra. Eles defendem que Florianópolis precisa de um planejamento urbano mais cuidadoso, que respeite os limites de cada bairro e valorize o que torna cada território único.
A mobilização na Armação do Pântano do Sul é também um reflexo de críticas mais amplas ao Plano Diretor da cidade. Durante mandatos anteriores, inclusive quando ocupou o cargo de vereador e presidiu a Comissão de Meio Ambiente da Câmara, já foram apontadas mais de 20 inconstitucionalidades no plano atual, segundo denúncias encaminhadas ao Ministério Público.
O recado dado pela comunidade é claro: Florianópolis precisa ouvir mais os moradores de seus bairros antes de tomar decisões que impactam diretamente sua qualidade de vida. A luta da Armação é pelo respeito ao seu modo de vida, à natureza e à história de um dos cantos mais queridos da ilha.

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