Um fim de semana de resgates em trilhas da Grande Florianópolis acendeu o alerta do Corpo de Bombeiros para quem se aventura por trilhas em mata fechada e terrenos acidentados, especialmente durante o inverno. Nos dias 14 e 15 de junho, duas operações de busca e salvamento foram realizadas, uma no famoso Morro do Cambirela, em Palhoça, e outra no Pico da Teta, em Balneário Camboriú.
No caso de Palhoça, o chamado chegou no início da manhã de sábado (14). Um casal havia se perdido durante a subida ao Cambirela, uma das trilhas mais desafiadoras da região. Por conta da dificuldade de acesso e da urgência, foi necessário o uso do helicóptero Arcanjo 01 para transportar a equipe de resgate até o cume da montanha.
A operação foi complexa: com uso de técnicas de salvamento com cordas, os bombeiros localizaram o casal após cerca de 40 minutos de busca. Eles estavam conscientes e sem ferimentos. Como o resgate aéreo não foi possível no retorno, a guarnição precisou descer a pé até a BR-101, em uma caminhada de mais de três horas. Ao todo, a missão durou seis horas e terminou com final feliz, mas reforçou a importância de estar preparado antes de iniciar uma trilha.
⚠️ Cuidados indispensáveis antes de encarar uma trilha
Com a chegada do inverno e a possibilidade de neblina, ventos fortes e baixa visibilidade, o risco de acidentes aumenta. Por isso, os Bombeiros orientam:
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Planeje sua trilha: saiba o percurso, o tempo médio e o grau de dificuldade.
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Consulte a previsão do tempo: evite dias chuvosos ou com possibilidade de mudança brusca no clima.
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Use roupas e calçados adequados: o terreno pode ser escorregadio e irregular.
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Leve água e alimentos leves: hidratação e energia são fundamentais.
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Tenha o celular carregado: e se possível, leve um carregador portátil.
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Nunca vá sozinho: informe alguém da sua rota e horário estimado de volta.
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Fique nas trilhas oficiais: atalhos ou desvios aumentam o risco de se perder.
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Em caso de emergência, ligue 193.
🏞️ Trilhas da Grande Florianópolis que exigem atenção especial
Algumas das trilhas mais desafiadoras e procuradas da região também são as que mais exigem cuidado:
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Morro do Cambirela (Palhoça): longa, íngreme e com terreno instável.
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Pedra Branca (Palhoça): muitos trechos em mata fechada.
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Costa da Lagoa (Florianópolis): com trechos mal sinalizados e risco de desorientação.
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Praia da Lagoinha do Leste (Florianópolis): acesso por trilhas de alto esforço físico.
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Trilha da Boa Vista (Florianópolis): pouco movimentada, com sinalização precária.
Os perigos mais comuns em trilhas da Grande Florianópolis
1. Desorientação e perda de rota
Um dos principais perigos enfrentados por trilheiros na região é se perder no caminho. Muitas trilhas não são bem sinalizadas, e basta um cruzamento mal interpretado ou um desvio fora da trilha principal para que a pessoa se afaste do trajeto correto. Locais como o Morro do Cambirela e a Trilha da Lagoinha do Leste são conhecidos por sua vegetação fechada e trilhas com múltiplas bifurcações. A perda de sinal de celular em áreas mais remotas pode dificultar ainda mais a localização.
2. Quedas e lesões
O terreno acidentado de trilhas como a do Morro das Aranhas, Trilha da Galheta e Trilha da Boa Vista, em São José, exige atenção redobrada. Chuva ou umidade aumentam o risco de escorregões e quedas, podendo causar entorses, fraturas ou ferimentos mais graves. Muitas dessas trilhas têm trechos íngremes e rochosos que exigem bom preparo físico, equilíbrio e calçado apropriado.
3. Hipotermia ou desidratação
Durante o inverno, como é o caso agora em junho, os riscos de hipotermia aumentam, especialmente em trilhas longas ou que atingem altitudes elevadas, como no Cambirela. Já em dias quentes ou ensolarados, a desidratação se torna uma ameaça silenciosa. Muitos trilheiros esquecem de levar água suficiente ou ignoram o tempo real de duração da trilha.
4. Animais silvestres e insetos
Apesar de raros, encontros com cobras, aranhas ou outros animais silvestres podem ocorrer, principalmente em áreas mais densas de mata. Insetos como mosquitos, carrapatos e formigas também são comuns e podem causar reações alérgicas ou até transmitir doenças. Repelente e roupas adequadas são fundamentais para prevenir problemas.
5. Falta de comunicação e resgate demorado
Muitas trilhas na Grande Florianópolis não possuem cobertura de celular, o que dificulta o contato com equipes de emergência. Em casos de acidentes, a espera por socorro pode ser longa. Foi o que aconteceu no último fim de semana no Morro do Cambirela, onde um casal precisou ser resgatado por helicóptero após se perder. A operação durou cerca de seis horas e envolveu esforço físico intenso das equipes de busca.
Como evitar acidentes em trilhas
– Pesquise antes de ir: conheça o nível de dificuldade, extensão e condições climáticas.
– Vá em grupo: nunca faça trilha sozinho. Companheiros ajudam em caso de emergência.
– Avise alguém: diga onde vai, com quem e qual o horário previsto de retorno.
– Use calçados adequados: botas ou tênis de trilha com boa aderência são essenciais.
– Leve kit de primeiros socorros, lanterna, alimentos leves e água.
– Respeite seus limites físicos e pare se sentir cansaço extremo.
– Siga trilhas oficiais e sinalizadas, evitando atalhos ou caminhos não mapeados.
A natureza da Grande Florianópolis é um convite à aventura, mas o respeito aos limites do corpo, às condições climáticas e à preparação adequada é fundamental para garantir uma experiência segura.

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