A acessibilidade no atendimento de urgência deu um passo importante em Florianópolis e em todo o estado de Santa Catarina. Agora, pessoas com deficiência auditiva ou dificuldades de fala poderão chamar o SAMU diretamente pelo celular, sem precisar falar ao telefone. Isso graças ao novo aplicativo Ares Saúde, desenvolvido pela Secretaria de Estado da Saúde com apoio do Ministério Público de Santa Catarina.
O avanço é resultado de uma investigação iniciada pela 30ª Promotoria de Justiça da Capital, especializada na área de cidadania e direitos das pessoas com deficiência. A apuração começou em 2022, após uma denúncia envolvendo o atendimento do SAMU a um casal de surdos em São José, na Grande Florianópolis.
Na ocasião, a mulher tentou pedir socorro para o marido, que estava sofrendo um AVC. Sem conseguir se comunicar diretamente com o SAMU, precisou acionar um intérprete de Libras. Mesmo com o auxílio, houve confusão na central e o atendimento demorou cerca de 40 minutos. O caso acendeu o alerta sobre a falta de acessibilidade no serviço.
Diante disso, o Ministério Público cobrou providências da Secretaria de Estado da Saúde. Como resposta, uma série de melhorias foram implantadas no Hospital Governador Celso Ramos, em Florianópolis. A unidade passou a contar com intérpretes de Libras, revisou seus procedimentos operacionais e iniciou treinamentos contínuos com as equipes, com foco em atendimento humanizado e inclusivo.
Mas a grande inovação veio com a criação do aplicativo Ares Saúde, que está em fase final de testes e deve ser lançado ainda este mês. A ferramenta permitirá que pessoas surdas possam abrir chamados de emergência por meio de mensagens de texto em tempo real, conversando diretamente com os técnicos e médicos do SAMU. O app será funcional em qualquer cidade de Santa Catarina.
A divulgação do aplicativo está sendo planejada junto com a Associação de Surdos da Grande Florianópolis e o Governo do Estado. A expectativa é que a ferramenta seja amplamente conhecida pela comunidade surda, garantindo acesso igualitário e mais seguro ao atendimento de emergência.
O Ministério Público continuará acompanhando de perto a implementação e o funcionamento do sistema, garantindo que o direito à saúde seja exercido de forma plena, inclusiva e equitativa por todas as pessoas, independentemente de suas limitações auditivas ou de fala.
Com essas medidas, Florianópolis se destaca como referência em acessibilidade e inclusão no atendimento em saúde, reforçando o compromisso com a dignidade de todos os cidadãos.


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