A Operação Presságio, deflagrada pela Polícia Civil, revelou detalhes de um suposto esquema milionário que teria funcionado dentro da administração pública de Florianópolis. O relatório final da investigação, concluído em agosto, aponta Ed Pereira, ex-secretário de Turismo, Cultura e Esporte da capital, como o principal articulador das movimentações.
Segundo o documento, entre junho de 2020 e fevereiro de 2024, Ed Pereira, sua esposa Samantha Santos Brose e Renê Raul Justino movimentaram juntos R$ 17,4 milhões em suas contas bancárias. Foram identificadas 12.829 transações nesse período. Apenas nas contas pessoais de Ed, os investigadores registraram R$ 9,5 milhões, distribuídos em 4.263 operações financeiras.
O relatório indica que o esquema teria começado a ser investigado em 2021, mas seu ponto de partida remete ao ano anterior. Na época, a Prefeitura de Florianópolis firmou, de forma emergencial, um contrato com a empresa Amazon Fort, alegando necessidade urgente após uma greve de servidores da Comcap (Companhia Melhoramentos da Capital). A pressa na contratação e as irregularidades relacionadas ao transbordo de resíduos urbanos acenderam o alerta dos investigadores.
A apuração buscou identificar como os recursos públicos estariam sendo desviados, quem eram os beneficiados e de que forma o dinheiro circulava. A partir disso, diferentes crimes foram sendo descobertos ao longo do processo.
Durante o período analisado, a capital foi governada por dois prefeitos: Gean Loureiro, que deixou o cargo em 2022 para concorrer ao governo do Estado, e Topázio Neto, então vice, que assumiu a prefeitura.
Próximos passos
A Operação Presságio resultou no indiciamento de seis pessoas e se tornou um dos maiores casos recentes envolvendo suspeita de desvio de recursos públicos em Florianópolis. O portal Agora Floripa segue apurando os desdobramentos da investigação, que ainda pode trazer novas revelações sobre a movimentação milionária e a atuação do grupo.
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