Moisés Falk da Silva, de apenas quatro anos, morreu em Florianópolis no último domingo (17) após sofrer uma parada cardiorrespiratória. A criança, que era autista não verbal, apresentava ferimentos compatíveis com sinais de agressão, incluindo hematomas pelo corpo e uma marca de mordida no rosto. O padrasto, de 23 anos, foi preso preventivamente como principal suspeito.
Momentos antes de ser levado desacordado ao hospital, Moisés tentou buscar ajuda. De acordo com uma vizinha, o menino foi sozinho até sua casa, colocou as mãos na barriga, abaixou-se e piscava repetidamente, numa tentativa de se comunicar. Por não falar, não conseguiu responder às perguntas feitas. Pouco depois, o padrasto o levou de volta para dentro de casa e retornou algum tempo depois com a criança já desacordada.
Vizinha enfermeira prestou os primeiros socorros, mas relatou que os sinais vitais estavam quase inexistentes. Moisés foi levado à UPA do MultiHospital, onde a equipe médica tentou reanimá-lo por 44 minutos. O óbito foi confirmado às 14h24.
Histórico de violência
O prontuário médico do menino mostra que episódios anteriores de possíveis maus-tratos já haviam sido registrados. Em abril e em maio, Moisés deu entrada no Hospital Infantil Joana de Gusmão com hematomas pelo corpo. Em uma das ocasiões, chegou com manchas no rosto, abdômen, orelhas e lábio, além de escoriações nas mãos compatíveis com defesa. À época, a versão apresentada pela família foi de quedas e, em outro momento, a mãe chegou a citar uma babá como suspeita.
Ainda em maio, os protocolos de violência foram acionados pelo hospital, que notificou a Vigilância Epidemiológica, a Polícia Civil e o Conselho Tutelar de Florianópolis.
Investigações em andamento
O caso é investigado pela Delegacia de Proteção à Criança, ao Adolescente, à Mulher e ao Idoso (Dpcami). O Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) acompanha as apurações e acredita que houve falhas no sistema de proteção da criança. A promotoria afirma que os responsáveis serão identificados e punidos.
Após audiência de custódia, a prisão do padrasto foi convertida em preventiva. Já a mãe de Moisés, que está grávida de seis meses, foi liberada mediante cumprimento de medidas cautelares.
Sindicância da Prefeitura
A Prefeitura de Florianópolis instaurou uma sindicância, com prazo de 60 dias, para apurar a conduta do Conselho Tutelar e verificar possíveis falhas no acompanhamento do caso. Segundo informações preliminares, mesmo ciente de suspeitas de violência desde maio, o órgão não teria acionado os serviços da rede municipal de assistência social.
O município também deve realizar uma reunião ampliada envolvendo Ministério Público, Polícia Civil, Conselho Tutelar, Secretaria de Assistência Social e Secretaria de Saúde. A intenção é revisar protocolos e fortalecer mecanismos de proteção, garantindo respostas rápidas em situações de violência contra crianças e adolescentes.
O portal Agora Floripa segue acompanhando o caso e apura novos desdobramentos sobre a morte de Moisés em Florianópolis.
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