Um projeto inovador da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC) está aproximando crianças e jovens de diferentes lugares do Brasil e da América Latina. O Cine.edu, iniciativa ligada ao curso de Cinema e ao Programa de Pós-Graduação em Literatura, une cinema, arte e letramento digital para dar voz às novas gerações por meio de vídeo-cartas.
Em Florianópolis, a proposta acontece na Escola da Infância Professora Neuza Paula da Silveira, no bairro Ingleses, como parte das aulas de informática. Ao todo, são cerca de 16 encontros com turmas do 5º ano, onde os alunos aprendem a registrar em vídeo histórias, paisagens e tradições do lugar onde vivem. Essas produções são trocadas com crianças de outras localidades, criando um diálogo sobre território, diversidade cultural e pertencimento.
Nos dias 6 e 8 de agosto, integrantes do projeto viajaram até Salvador, onde as oficinas foram realizadas no Colégio Estadual Professora Marileine da Silva, no bairro Mata Escura. A troca entre estudantes catarinenses e baianos ganhou ainda mais força com a participação de convidados internacionais, como o venezuelano Rafael Sifontes Bracho, do projeto Cine Caribe, que atua com cinema comunitário na região da Guajira, na Colômbia. Ele apresentou às crianças sua trajetória e mostrou vídeos que retratam o cotidiano de sua comunidade, despertando empatia e novas perspectivas.
Em Florianópolis, a presença de Rafael foi especialmente marcante, já que muitos estudantes da escola são migrantes e alguns enfrentavam dificuldades de convivência por conta da língua. Ver um venezuelano em posição de educador e produtor cultural fortaleceu a valorização da diversidade e promoveu respeito entre os colegas.
Outra convidada foi Priscila dos Anjos, jornalista e doutoranda em Antropologia, que conduziu uma oficina de entrevistas. Mulher negra e pesquisadora, ela gerou identificação imediata com os alunos, mostrando novas possibilidades de futuro e protagonismo.
O projeto também se estende para além das vídeo-cartas. O Cine.edu organiza oficinas audiovisuais, debates cineclubistas sobre realidades latino-americanas, formações de professores e ações de integração com estudantes intercambistas, sempre utilizando o cinema como ferramenta de educação, reflexão crítica e aproximação entre culturas.
Com o apoio de coletivos como o Panelinha Audiovisual, em Salvador, e o Coletivo Cine Caribe, na Colômbia, o projeto vem ampliando redes de diálogo e construindo pontes culturais entre crianças e jovens de diferentes territórios.



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