A Justiça de Santa Catarina autorizou a realização de um exame psiquiátrico em Davi Sulzbacher Gonçalves, de 24 anos, preso após confessar ter matado a própria mãe, Lizete Gonçalves, de 61 anos, dentro da casa da família no bairro Carvoeira, em Florianópolis, no último sábado (2).
O pedido da perícia foi feito pela Defensoria Pública, que atua na defesa do jovem e aponta indícios de possível transtorno mental. Com base em relatos do próprio acusado e em reuniões reservadas, os defensores trabalham com a possibilidade de inimputabilidade, que ocorre quando uma pessoa não pode ser responsabilizada penalmente por seus atos por conta de uma condição psíquica.
O laudo psiquiátrico será elaborado por peritos do sistema de Justiça e deve ficar pronto nas próximas semanas, com prazo máximo estimado de 45 dias. Enquanto isso, Davi permanece preso preventivamente.
Segundo os registros do caso, Davi acionou a Polícia Militar logo após o crime, ocorrido durante a madrugada. Ele teria atacado a mãe com uma arma branca enquanto ela dormia. A Polícia Civil trata o caso como feminicídio, por se enquadrar nos parâmetros legais de homicídio doloso contra mulher em contexto familiar. A defesa, no entanto, ainda não contesta a qualificadora, uma vez que o julgamento será conduzido pelo Tribunal do Júri de qualquer forma.
Durante a audiência de custódia, a defesa solicitou medidas cautelares em substituição à prisão, o que foi negado. Um novo pedido poderá ser feito caso o laudo aponte comprometimento da saúde mental de Davi.
A trajetória de vida do acusado também será considerada na estratégia jurídica. Estudante de Engenharia Mecânica na UFSC desde 2018, Davi ingressou na universidade como bolsista e possui histórico de destaque em torneios de xadrez, acumulando mais de 19 mil partidas disputadas em plataformas online.
A defesa pretende apresentar esses elementos como parte do contexto da vida de Davi, com o objetivo de oferecer ao júri uma análise técnica e cuidadosa dos fatos, evitando simplificações ou julgamentos precipitados. O processo segue em fase inicial, aguardando o resultado da perícia psiquiátrica para a definição dos próximos passos.
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