O laudo pericial divulgado nesta semana trouxe novos elementos sobre a morte de Cezar Maurício Ferreira, dentista e servidor público federal que foi encontrado morto em uma cela do Plantão da Polícia Civil, em São José, na Grande Florianópolis. Cezar havia sido preso após se envolver em um acidente de trânsito e ser suspeito de embriaguez ao volante. No entanto, o exame toxicológico descartou completamente a presença de álcool ou drogas ilícitas no sangue dele.
Segundo o documento, foram encontrados apenas medicamentos de uso controlado e comum no tratamento de diversas condições de saúde. Entre os remédios identificados no organismo de Cezar estão Dipirona, Azitromicina, Citalopram, Metformina, Orfenadrina, Propranolol, Clorfeniramina e Sertralina — todos com finalidades terapêuticas como controle da dor, tratamento de infecções, diabetes, hipertensão, depressão e alergias.
A família do dentista afirma que ele sofreu um mal súbito enquanto dirigia e contesta a forma como a situação foi conduzida pelos policiais militares que atenderam a ocorrência. Para os parentes, o episódio foi resultado de um ataque cardíaco que teria sido confundido com embriaguez.
De acordo com o advogado que representa os familiares, Cezar foi levado à delegacia por volta das 20h49 da sexta-feira, dia 18 de julho, e foi encontrado morto na manhã seguinte, às 7h40. Durante esse período, ele permaneceu sob custódia em uma cela, sem atendimento médico ou condução a uma unidade hospitalar, mesmo apresentando sintomas que, segundo a família, indicavam problemas de saúde.
Diante das informações reveladas pelo laudo, a defesa da família pretende protocolar um pedido de afastamento dos policiais militares que participaram da abordagem, enquanto aguardam o desfecho das investigações conduzidas pela Polícia Científica. A Polícia Militar de Santa Catarina afirmou que só irá se manifestar oficialmente quando o laudo for disponibilizado formalmente pelas autoridades periciais.
Colegas de trabalho e amigos lamentaram profundamente a morte de Cezar. Servidor do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região desde 1992, ele era conhecido por ser alegre, dedicado à profissão e muito respeitado entre os pares. Também era ativo na Igreja Adventista, onde participava de ações sociais com envolvimento musical. Segundo conhecidos, o dentista era contrário ao consumo de álcool por princípios religiosos.
O caso está sendo acompanhado por órgãos oficiais. O Ministério Público de Santa Catarina requisitou uma apuração detalhada do Auto de Prisão em Flagrante para investigar possível negligência ou omissão dos agentes públicos envolvidos. O Tribunal Regional do Trabalho de Santa Catarina também se manifestou, classificando as circunstâncias da morte como graves e preocupantes, e informou que seguirá atento ao andamento das investigações.
A morte de Cezar Maurício Ferreira levanta dúvidas e aguarda por respostas claras, enquanto a família busca justiça e esclarecimentos sobre os momentos finais do dentista, que estava a poucos meses da aposentadoria.
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