O bairro Rio Vermelho, no Norte da Ilha, foi palco de uma manifestação nesta quinta-feira (3) em frente à Escola Estadual Básica De Muquém. O motivo: a agressão a um professor da unidade por parte do pai de um aluno, fato ocorrido na semana anterior e que causou indignação entre colegas, alunos, pais e moradores da região.
Segundo relatos, o professor foi atacado com socos fora da escola e sofreu ferimentos na orelha, rosto e outras partes do corpo. O autor foi identificado como Manoel Abílio Pacífico, de 38 anos. Em sua defesa, ele alegou que reagiu a um suposto assédio envolvendo o filho, informação que não teve comprovação oficial até o momento. A vítima acredita que foi alvo de homofobia.
O episódio gerou comoção e resultou em um protesto organizado pelo Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Santa Catarina (Sinte-SC), com o apoio de representantes políticos, pais de alunos e parte da comunidade escolar. Cartazes, bandeiras e palavras de ordem marcaram o ato, que defendeu o respeito aos educadores, o combate à homofobia e a valorização da liberdade pedagógica dentro das salas de aula.
Durante o protesto, foi reforçado o alerta sobre o aumento de casos de violência contra professores no estado. Somente no mês de junho, o Sinte-SC recebeu quatro denúncias envolvendo agressões físicas a profissionais da educação. Uma pesquisa recente realizada em parceria com a UFSC mostra que 47% dos docentes entrevistados já presenciaram ou souberam de agressões físicas contra colegas, e 56% já sentiram medo dentro da escola.
O professor agredido foi afastado temporariamente de suas funções até que o caso seja devidamente apurado pelas autoridades competentes. O apoio da comunidade e de colegas tem sido fundamental nesse momento.
O homem acusado da agressão, Manoel Pacífico, é um dos fundadores do grupo “Pais Conservadores de Florianópolis”, que defende pautas ligadas ao conservadorismo e atualmente tem como principal bandeira a militarização da escola De Muquém. Segundo ele, isso garantiria mais segurança para alunos e educadores.
O caso segue em investigação, e o debate sobre violência nas escolas, liberdade de ensino e o ambiente de trabalho dos professores segue ganhando força em Florianópolis.
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