A operação saturação realizada na sexta-feira (27) na região conhecida como “Faixa de Gaza”, sob o viaduto entre os bairros Monte Cristo e Chico Mendes, em Florianópolis, segue gerando repercussões e críticas. Um dia após a ação, no sábado (28), o ex-secretário de Assistência Social de Florianópolis, Bruno Souza, voltou ao local e fez duras declarações nas redes sociais, chamando a operação de “maquiagem”.
Em vídeo publicado, Bruno afirmou que, menos de 24 horas depois da operação que envolveu as prefeituras de Florianópolis, São José e o Governo do Estado, a região já apresentava as mesmas condições anteriores, com aglomeração de pessoas em situação de rua, uso de drogas e materiais suspeitos à vista. Ele mostrou a movimentação no trecho da capital e alegou que sua publicação anterior teria motivado o envio emergencial de uma guarnição da Guarda Municipal ao local.
Segundo ele, a ação divulgada como “tolerância zero” foi apenas superficial e temporária. Bruno criticou a falta de continuidade e envolvimento da gestão, afirmando que a Prefeitura não seguiu sugestões que ele teria feito durante sua permanência no cargo. Ele também apontou o número limitado de efetivo da Guarda Municipal e defendeu medidas mais estruturais, como o fechamento dos ferros-velhos na região, que estariam ligados ao ciclo de pequenos furtos e tráfico de drogas.
O ex-secretário fez um apelo para que o prefeito de Florianópolis assuma liderança direta e constante no enfrentamento da situação. Para embasar suas críticas, citou o exemplo de São Paulo, onde ações coordenadas conseguiram desarticular aglomerações semelhantes.
A vice-prefeita de Florianópolis se manifestou neste sábado (28), rebatendo as declarações. Em resposta ao portal Agora Floripa , afirmou que “as operações de segurança não são pautadas por postagens de terceiros” e destacou que o planejamento das ações é feito por equipes com conhecimento técnico sobre os pontos sensíveis da cidade. Afirmou ainda que, no mesmo dia, a Guarda Municipal e a Polícia Militar continuavam presentes na região.
A Prefeitura de São José também se pronunciou, reforçando que realiza operações diárias no local e reiterando a importância de um trabalho conjunto entre os dois municípios para que soluções efetivas sejam alcançadas.
A chamada “Faixa de Gaza” é um dos pontos mais delicados da região metropolitana, marcada por vulnerabilidade social, concentração de usuários de drogas e comércio informal de materiais. A Operação Saturação foi anunciada como uma resposta articulada para promover acolhimento, limpeza, segurança e fiscalização. No entanto, o rápido retorno das condições anteriores reacendeu o debate sobre a eficácia das medidas pontuais frente à complexidade do problema.
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