Com a conta do supermercado pesando, aluguel subindo e até o café da manhã ficando mais caro, viver em Florianópolis tem exigido cada vez mais malabarismo financeiro. A cidade lidera o ranking de inflação entre 17 capitais brasileiras, com alta acumulada de 6,95% nos últimos 12 meses e 3,53% somente em 2025, segundo dados do Índice de Custo de Vida (ICV) da Udesc Esag.
O levantamento considera o consumo de 297 produtos e serviços utilizados por famílias com renda entre 1 e 40 salários-mínimos — o que representa praticamente toda a base da população economicamente ativa da Capital.
Comida, aluguel e transporte: vilões do orçamento
Os alimentos lideram os aumentos. O café em pó, um item presente em quase todas as casas, subiu 79%. O morango, por exemplo, ficou 38% mais caro, e cortes de carne como o filé mignon e a costela bovina subiram 36% e 30%, respectivamente. Na prática, isso significa que muita gente teve que tirar ou reduzir proteínas da rotina alimentar para manter o básico.
Os gastos com habitação também avançaram, com alta de 7,55%, e os transportes subiram 9,24%, impactando quem precisa se deslocar diariamente para o trabalho ou escola. Itens escolares e de cuidados pessoais — como uniformes (31%) e produtos dermatológicos (29%) — também tiveram reajustes altos, o que pesa especialmente nas famílias com crianças.
E a renda?
Enquanto os preços sobem, os salários não acompanham na mesma velocidade. Para quem vive com renda de até três salários-mínimos, como grande parte da população de bairros mais populares da cidade, o impacto é ainda maior. Aquilo que antes era possível pagar com folga hoje exige cortes em outras áreas — lazer, educação, saúde.
Famílias que antes conseguiam manter uma alimentação balanceada e pagar aluguel em dia hoje precisam negociar dívidas, parcelar o mercado ou depender de programas sociais. A sensação de aperto é generalizada, mesmo entre quem tem renda média.
O alerta de maio
A inflação de maio sozinha foi de 0,46% — maior que em abril e também superior à do mesmo mês em 2024. Isso aponta uma aceleração recente dos preços, reforçando que o aumento não é pontual, mas sim uma tendência que pode se intensificar nos próximos meses.
O que pode ser feito?
Para especialistas, algumas medidas podem ajudar a reduzir os impactos no dia a dia:
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Criar um fundo de emergência, mesmo que com valores pequenos, para situações imprevistas;
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Rever contratos de aluguel e prestação de serviços, como TV e internet;
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Planejar melhor as compras no supermercado, priorizando produtos da estação e promoções;
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Buscar apoio em programas sociais oferecidos por município, estado ou governo federal.
Também é essencial que o poder público atue com políticas municipais de controle de tarifas públicas, incentive a produção local de alimentos e amplie ações voltadas para famílias em situação de vulnerabilidade.
Florianópolis continua sendo uma das cidades mais desejadas do Brasil para viver, mas esse desejo só se mantém sustentável se morar aqui não significar abrir mão da dignidade e do bem-estar.
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