Morar em Florianópolis está cada vez mais caro — e isso não é só impressão. De acordo com o Índice de Custo de Vida (ICV) medido pela Udesc/Esag, a Capital catarinense lidera o ranking de inflação entre 17 capitais brasileiras, com um aumento de 6,95% nos últimos 12 meses. O número supera com folga a média nacional, que foi de 5,32% no mesmo período.
E o cenário não melhora quando olhamos apenas para 2025: de janeiro a maio, a alta já chega a 3,53%, novamente a maior entre as cidades avaliadas. Só em maio, o índice subiu 0,46%, acima de abril (0,37%) e também do mesmo mês do ano passado (0,36%).
Alimentos e transportes lideram os aumentos
Para quem faz supermercado ou abastece o carro, o impacto é sentido a cada semana. Os preços de alimentos e bebidas subiram 9,35% no último ano — o grupo que mais pesou no bolso dos consumidores. Em seguida, vêm os transportes, com alta de 9,24%, e os gastos com habitação, que cresceram 7,55%.
Entre os vilões da inflação estão:
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Café em pó: +79%
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Morango: +38%
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Filé mignon: +36%
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Chocolate em barra e bombons: +35,9%
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Costela bovina: +30%
Além dos alimentos, uniformes escolares, bermudas masculinas e produtos dermatológicos também ficaram significativamente mais caros — com aumentos que variam entre 28% e 31%.
Como isso afeta as famílias
Para a população de renda média e baixa, que depende do salário fixo, essa escalada de preços pode significar a necessidade de cortar itens básicos, como proteína no prato, trocar o supermercado por opções mais baratas, ou até atrasar contas para garantir alimentação e transporte.
Famílias que gastavam, por exemplo, R$ 1.000 por mês com alimentação, agora precisam desembolsar cerca de R$ 1.093 para manter os mesmos hábitos — isso sem considerar os reajustes em energia, aluguel, transporte e material escolar.
Na prática, sobra menos dinheiro para lazer, educação, remédios e até emergências. O aperto no orçamento doméstico gera impactos emocionais, aumenta o endividamento e exige escolhas duras no dia a dia.
Por que Florianópolis lidera?
O ICV acompanha mensalmente 297 produtos e serviços consumidos por famílias com renda de 1 a 40 salários-mínimos. A pesquisa é feita pela Udesc com a mesma metodologia do IPCA, usado pelo IBGE. Isso permite comparar os índices com fidelidade entre as capitais.
Entre os fatores que explicam a inflação elevada em Florianópolis estão a alta dependência de produtos importados de outras regiões, o custo da logística insular e a sazonalidade do turismo, que pressiona os preços em épocas de alta demanda.
O que pode ser feito?
Com um cenário de inflação persistente, o desafio de quem vive e administra a cidade é buscar alternativas que aliviem o impacto no dia a dia. Entre as ações possíveis estão:
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Apoio a feiras e hortas comunitárias para garantir alimentos mais acessíveis;
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Subsídios temporários ou descontos em serviços públicos essenciais, como transporte e energia;
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Programas de combate ao desperdício e incentivo ao consumo local;
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Acompanhamento mais rigoroso dos preços praticados em supermercados e escolas.
Além disso, é fundamental que as famílias façam planejamento financeiro, mesmo que simples, e revisem hábitos de consumo para enfrentar os próximos meses com mais tranquilidade.
O alerta está dado
Florianópolis continua linda, mas está cara — e isso exige atenção. Mais do que um número técnico, a inflação reflete mudanças reais nas escolhas das famílias. Quando o café da manhã pesa no orçamento, quando a carne vira artigo de luxo e a lista escolar dobra de preço, o custo de vida deixa de ser uma estatística e vira um obstáculo no dia a dia.
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