Uma decisão do Conselho Universitário da UFSC gerou grande repercussão em Florianópolis. O nome de João David Ferreira Lima, ex-reitor e figura histórica da universidade, foi retirado da denominação do campus da Trindade. A medida foi aprovada com 56 votos, após a Comissão Memória e Verdade da própria UFSC apontar a ligação de Ferreira Lima com episódios de repressão durante a ditadura militar.
O relatório apresentado citava documentos e ofícios que relacionavam o ex-reitor a denúncias contra estudantes e servidores na época do regime. Para muitos estudantes e professores, a mudança representa um passo importante no compromisso com os direitos humanos e na valorização de uma história mais justa. Por outro lado, setores ligados ao legado de Ferreira Lima viram a decisão como um apagamento de sua importância para a criação da universidade.
Diante dessa controvérsia, o prefeito de Florianópolis, Topázio Neto, tomou uma atitude simbólica. Por meio de um Projeto de Lei que remeteu à Câmara de Vereadores, ele anunciou que pretende mudar o nome da Praça Santos Dumont, localizada bem em frente à UFSC, para “Praça Professor João David Ferreira Lima”. Para ele, a cidade tem o dever de preservar a memória de um dos principais responsáveis pela existência da universidade.
Segundo o prefeito, não houve espaço para a defesa de Ferreira Lima na sessão do Conselho Universitário, o que ele considerou um erro. Afirmou que, se a universidade decidiu apagar essa homenagem, a cidade vai mantê-la viva no coração do bairro Trindade. A homenagem também está sendo encaminhada à Câmara de Vereadores, por meio de um projeto de lei.
Esse embate expõe o choque entre visões sobre como tratar personagens históricos ligados a períodos autoritários do Brasil. De um lado, há o esforço por revisar a história e reconhecer injustiças cometidas durante a ditadura. Do outro, há quem defenda a preservação de nomes que marcaram a trajetória institucional de Florianópolis.
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