Uma denúncia grave agitou os bastidores da Câmara de Vereadores de Florianópolis na tarde desta segunda-feira (2). A vereadora Manu Vieira (PL) fez um pronunciamento forte e direto, apontando possíveis cargos fantasmas dentro da Casa Legislativa, que podem estar gerando um custo de R$ 5,5 milhões por ano aos cofres públicos.
A parlamentar, que também é presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), protocolou um requerimento formal cobrando explicações sobre a nomeação, lotação e efetiva atuação dos servidores comissionados nas comissões permanentes, temporárias e frentes parlamentares da Câmara. O documento foi assinado em nome da presidência da CCJ, e não por partido ou bancada.
Segundo Manu, no primeiro semestre de 2023 foram criados 24 cargos comissionados, com impacto financeiro milionário, decisão que ela afirma ter sido contra desde o início. Apesar disso, até o momento não há qualquer registro formal que comprove a atuação desses servidores, principalmente dentro da própria CCJ.
Em tom de indignação, a vereadora relatou que tentou por diversas vezes acionar o servidor responsável por prestar apoio técnico à comissão, mas nunca foi atendida. Isso estaria causando uma série de problemas no funcionamento legislativo, como atrasos na elaboração de redações finais, diligências paradas e dificuldade na tramitação dos projetos.
Outro ponto que gerou revolta é a possível atuação remota desses comissionados, sem qualquer autorização formal que permita esse tipo de expediente. A parlamentar também apontou um problema ainda mais grave: muitos dos cargos foram destinados a funções em frentes parlamentares que sequer foram oficialmente instaladas. Isso significa que há nomeações sem que as frentes existam de fato, segundo ela.
“É uma vergonha para a Câmara de Florianópolis”, disparou. A vereadora ainda destacou que há requerimentos para instalação de frentes protocolados há meses que sequer foram apreciados.
O recado foi direto ao presidente da Câmara, João Cobalchini (MDB), cobrado publicamente por falta de transparência, descumprimento de acordos e possível desperdício de recursos públicos.
O prazo dado para que a presidência da Câmara envie os esclarecimentos é de 10 dias. Manu deixou claro que, caso as respostas não cheguem, medidas mais rigorosas podem ser tomadas.
O episódio escancara uma crise interna que coloca em xeque a gestão administrativa da Câmara de Florianópolis e reacende o debate sobre transparência no uso dos recursos públicos.
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