Um crime cometido no Natal de 2020 em Palhoça, na Grande Florianópolis, teve um desfecho importante nesta sexta-feira (23). Quatro homens foram condenados pelo Tribunal do Júri por envolvimento em um assassinato planejado dentro de uma facção criminosa, motivado por ciúmes e uma suposta quebra de regras internas da organização.
A vítima foi Wederson Benitz, conhecido como “Fuzil”, que acabou sendo morto após se envolver com a ex-namorada de um outro membro da mesma facção, o PGC (Primeiro Grupo Catarinense). A motivação do crime foi chamada de “talaricagem”, um termo popular usado para descrever quando alguém se relaciona com a companheira de um amigo — algo proibido pelas normas internas da facção.
A mulher havia se relacionado por cerca de dois anos com Rafael Hack, conhecido como “Amaral”. Durante o namoro, ela descobriu que estava sendo traída e decidiu terminar a relação. Meses depois, iniciou um novo relacionamento com Wederson, que também fazia parte da facção e era amigo de infância de Rafael. Isso teria sido visto como uma traição imperdoável.
Incomodado com o novo relacionamento, Rafael buscou apoio na alta cúpula da organização criminosa, pedindo a punição de Wederson. Dois outros membros do grupo, Geovane dos Santos Niches (o “Bomba”) e Gustavo Rocha Menezes Salum (o “Dancinha”), que estavam presos na época, autorizaram um “decreto” para matar Wederson. A mulher, por sua vez, tentou recorrer à mesma cúpula para evitar represálias, mas o plano contra o companheiro já havia sido colocado em prática.
No dia 25 de dezembro de 2020, Gustavo Jacinto, conhecido como “Maquinista”, atraiu Wederson para fora de casa com a desculpa de que precisavam fazer uma ronda pelo bairro Jardim Eldorado, alegando uma possível ameaça de uma facção rival. Quando voltaram para a residência, e com Wederson já desarmado, Maquinista executou a ordem, disparando diversas vezes contra ele.
A Justiça reconheceu que o assassinato foi encomendado por “Bomba” e executado por “Maquinista”. Já Rafael Hack, o “Amaral”, e “Dancinha” foram condenados apenas por fazerem parte da organização criminosa, pois o júri entendeu que eles não participaram diretamente da execução do crime.
As penas definidas pelo júri foram:
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Gustavo Jacinto (“Maquinista”): 25 anos e 3 meses de prisão em regime fechado
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Geovane dos Santos Niches (“Bomba”): 22 anos, 6 meses e 18 dias de prisão em regime fechado
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Gustavo Rocha Menezes Salum (“Dancinha”): 4 anos, 11 meses e 15 dias de prisão em regime semiaberto
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Rafael Hack (“Amaral”): 4 anos, 10 meses e 24 dias de prisão em regime semiaberto
O caso chocou a comunidade pela frieza do crime e por ter ocorrido justamente no dia de Natal. A decisão do júri representa um passo importante contra a atuação de facções criminosas na região de Palhoça, além de trazer justiça para um crime que envolveu vingança, regras internas de facção e traições pessoais transformadas em violência extrema.
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