A situação nos hospitais de Florianópolis acende um alerta para pais e responsáveis: quase 65% das internações por doenças respiratórias graves envolvem bebês com menos de dois anos. Os dados são do Hospital Infantil Joana de Gusmão (HIJG), que entre janeiro e abril de 2025 registrou 677 internações por Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG). Desses casos, 438 envolveram bebês.
Na última sexta-feira (9), a taxa de ocupação do hospital chegou a 89,7%, com apenas três leitos disponíveis. O cenário é preocupante e reflete o impacto da baixa cobertura vacinal e da circulação intensa de vírus respiratórios, como o Influenza A, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o rinovírus.
Os profissionais da saúde alertam que o frio, o retorno das crianças às atividades escolares e o convívio em ambientes fechados ajudam a espalhar esses vírus. Além disso, muitas crianças que já têm alguma condição de saúde pré-existente ficam ainda mais vulneráveis.
Casos como o da pequena filha de Alice Luz do Rosário, de apenas alguns meses de vida, mostram como a situação é delicada. A bebê precisou ser internada duas vezes em 2024: uma por bronquiolite causada pelo VSR, e outra por infecção por adenovírus. A mãe conta que a filha chegou a ficar roxinha de tanta dificuldade para respirar.
Segundo especialistas, é importante que casos mais leves sejam levados para unidades básicas de saúde ou UPAs, para que os hospitais não fiquem sobrecarregados e possam atender melhor as situações mais graves.
A Prefeitura de Florianópolis também alerta: apenas 13,61% das cerca de 13.700 crianças com idade entre seis meses e dois anos foram vacinadas até o início de maio. A vacinação é uma das principais formas de proteção contra os vírus respiratórios.
Além da vacina, a recomendação é reforçar a higiene das mãos, usar máscara se estiver com sintomas, manter os ambientes ventilados e evitar enviar crianças gripadas para a escola ou creche.
A Síndrome Respiratória Aguda Grave pode começar com sintomas semelhantes a uma gripe comum, mas rapidamente evoluir para quadros mais sérios, como dificuldade para respirar, dor no peito, baixa oxigenação ou até coloração azulada na boca e no rosto. O atendimento rápido pode salvar vidas.
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!