Servidor público há mais de três décadas, o dentista Cezar Maurício Ferreira, de 60 anos, foi encontrado morto na cela de uma delegacia em São José, na Grande Florianópolis, no sábado (19). A morte, ocorrida horas depois de ele ser detido por envolvimento em um acidente de trânsito, gerou comoção entre colegas, familiares e autoridades.
Cezar era funcionário concursado do Tribunal Regional do Trabalho da 12ª Região, onde atuava há mais de 30 anos. Estava perto da aposentadoria e, segundo amigos, vivia um momento de entusiasmo com essa nova fase da vida. Divorciado e pai de dois filhos, era conhecido pelo carisma, alegria e pelo envolvimento em ações voluntárias e religiosas.
Religioso, frequentava a Igreja Adventista e se dedicava à música em projetos sociais da igreja. Entre os colegas de trabalho, era considerado uma figura querida e animada, sempre presente em eventos internos e ações de integração entre os servidores.
Na sexta-feira (18), Cezar se envolveu em um acidente de trânsito. Segundo informações da Polícia Militar, ele apresentava sinais que poderiam indicar embriaguez e não conseguiu realizar o teste do bafômetro. No entanto, familiares alegam que ele teria sofrido um mal súbito, o que teria prejudicado sua resposta aos comandos dos policiais.
Ele foi levado à Central de Plantão Policial de São José, onde passou a noite. Na madrugada de sábado, foi encontrado morto dentro da cela. A Polícia Civil instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte e aguarda os resultados de exames toxicológicos e periciais para esclarecer se houve uso de substâncias e determinar a causa exata do óbito.
A repercussão do caso mobilizou o Tribunal Regional do Trabalho, que divulgou nota lamentando a morte e pedindo celeridade nas investigações. O caso é tratado como grave e preocupante pelas autoridades.
Colegas próximos destacaram que Cezar sempre manteve hábitos saudáveis e era conhecido por seu posicionamento firme contra o consumo de álcool. Um dos amigos mais próximos, que o conhecia há décadas, afirmou que ele era “radicalmente contra” bebidas alcoólicas, inclusive atuando como ativista da sobriedade.
Amante de viagens, Cezar havia recentemente se encantado com a vida sobre rodas e fazia planos com um motor home. O futuro próximo, para ele, estava cheio de expectativas — principalmente com a chegada da aposentadoria e a possibilidade de viver novas experiências.
A morte de Cezar Maurício em uma cela policial trouxe à tona não apenas questionamentos sobre os procedimentos adotados na sua detenção, mas também o impacto da perda de um servidor histórico e muito querido por colegas e pela comunidade. A investigação segue em andamento.
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