Um laudo da Polícia Científica de Santa Catarina confirmou que o dentista Cezar Maurício Ferreira, encontrado morto em uma cela na Central de Polícia de São José no dia 19 de julho, faleceu em decorrência de uma arritmia cardíaca causada por cardiopatia hipertrófica — uma condição que ele já possuía e que afeta diretamente o funcionamento do coração.
Cezar havia sido detido na noite anterior, após se envolver em um acidente de trânsito no bairro Barreiros. Na ocasião, policiais militares relataram que ele estava desorientado e aparentava estar embriagado, o que motivou sua prisão por suspeita de dirigir sob efeito de álcool. No entanto, exames toxicológicos realizados posteriormente não encontraram vestígios de bebida alcoólica ou drogas em seu organismo. Os testes identificaram apenas medicamentos de uso contínuo, como antidepressivos, relaxantes musculares, antidiabéticos e anti-hipertensivos.
O documento pericial indica que esses medicamentos, especialmente combinados com a condição cardíaca preexistente de Cezar, podem ter elevado significativamente o risco de uma arritmia fatal. O laudo também aponta a presença de um dispositivo implantável no corpo do dentista, utilizado para controle de arritmias, embora isso não elimine completamente o risco de morte súbita em casos como o dele.

Cezar foi colocado em uma cela por volta da meia-noite. De acordo com registros, entre 1h e 3h da madrugada, ele teria informado estar bem quando um atendente da delegacia foi checar a situação dos presos. Poucas horas depois, às 7h40min, ele foi encontrado sem vida. Um outro detento que estava em uma cela próxima relatou ter escutado um barulho durante a madrugada, mas voltou a dormir logo em seguida.
A família do dentista já havia informado anteriormente que ele sofria de problemas cardíacos e que não consumia álcool por motivos religiosos. O argumento da defesa é de que, no momento do acidente, ele já apresentava sintomas de um infarto, incluindo confusão mental e comportamento que pode ter sido confundido com embriaguez.
O caso segue sob investigação por parte da Polícia Civil, que instaurou inquérito para apurar as circunstâncias da morte. Um relatório de inteligência foi solicitado pela direção da corporação, que acompanha os desdobramentos com prioridade.
A morte de Cezar levanta novos questionamentos sobre os protocolos de atendimento e avaliação médica em casos de abordagens policiais envolvendo sintomas de desorientação. Enquanto isso, a família aguarda os próximos passos das investigações para entender completamente o que aconteceu nas últimas horas de vida do dentista.
Vídeo revela dentista “sem condições” de depor antes de morte em cela em São José
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