O talento e a criatividade do artesão catarinense Jair Renato Farias, de Florianópolis, ganharam destaque nacional. Com uma peça produzida inteiramente com fibras naturais, especialmente palha de bananeira, ele foi um dos vencedores do 9º Salão de Arte Popular Religiosa. A obra, intitulada “São Francisco de Assis e os Seres da Criação”, conquistou o júri na categoria Outras Tipologias e estará em exposição na 25ª Fenearte, em Olinda (PE), entre os dias 9 e 20 de julho.
Jair, que é autodidata, trabalha há mais de três décadas com materiais como folhas de palmeira, cascas de alho e cebola, fibras de figueira e, principalmente, a palha da bananeira. Suas criações carregam o peso simbólico da cultura popular, da fé e da memória afetiva do povo brasileiro. Entre os temas que mais aparecem em seus trabalhos estão benzedeiras, rendeiras, figuras religiosas e personagens do folclore, como o boi de mamão.
A peça premiada lhe rendeu o valor de R$ 12.286, mas o maior reconhecimento, segundo Jair, é ver sua arte valorizada em um cenário repleto de grandes nomes do artesanato. “Estar no Nordeste, entre tantos artistas incríveis, e receber esse prêmio é como um selo de validação da minha trajetória. Dá mais fôlego pra seguir criando”, diz o artista.
Florianópolis representada na maior feira de artesanato da América Latina
A Fenearte é reconhecida como a maior feira de artesanato da América Latina. Em sua 25ª edição, o evento reúne mais de 5 mil expositores, ocupando um espaço de 29 mil m² no Centro de Convenções de Pernambuco. Ao lado de Jair, outros 12 artesãos catarinenses também foram selecionados por edital da Coordenação Estadual do Artesanato, vinculada à Secretaria de Indústria, Comércio e Serviço (Sicos).
A participação de Santa Catarina reforça o compromisso com a valorização da economia criativa e o fortalecimento dos saberes tradicionais. Além da exposição e venda das peças, o evento promove oficinas, gastronomia, shows e desfiles, oferecendo um verdadeiro mergulho na cultura brasileira.
Para Jair, representar Florianópolis em um espaço tão importante é também uma forma de levar a natureza e a história do estado para o mundo. “A palha da bananeira virou meu pincel. E com ela, eu conto histórias, celebro crenças, trago memórias. Ver isso ser reconhecido é um presente que vou guardar pra sempre.”


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