Depois de uma manhã de transtornos, a terceira paralisação do transporte público em menos de cinco dias chegou ao fim em Florianópolis. Por volta das 10h27min desta terça-feira (17), a prefeitura confirmou que os ônibus começaram a sair das garagens, principalmente nas regiões Norte e Leste da cidade, onde as linhas estavam completamente paradas.
Com a retomada gradual das atividades, a expectativa é que o sistema volte a funcionar normalmente até o fim da manhã. A paralisação causou grandes impactos à rotina dos moradores, que mais uma vez foram surpreendidos sem aviso prévio. No Terminal de Integração de Canasvieiras (Tican), a movimentação começou cedo, mas os passageiros encontraram cones bloqueando as plataformas, sem nenhum coletivo operando.
No Centro, o Terminal de Integração (Ticen) também registrou ausência de ônibus na plataforma A. Muitos trabalhadores, que dependem exclusivamente do transporte público, foram obrigados a voltar para casa ou buscar alternativas. Como forma de apoio, a prefeitura disponibilizou vans emergenciais com passagens que variavam entre R$ 15 e R$ 20, dependendo da distância.
A paralisação foi resultado do impasse nas negociações entre motoristas e cobradores com as empresas de transporte. O estopim foi a retirada, por parte do SETUF (Sindicato das Empresas de Transporte Urbano de Passageiros da Grande Florianópolis), da proposta feita na semana anterior. A proposta previa um aumento salarial de 6%, reajuste de 10% no vale-alimentação e no bônus Dirigir Sozinho, além de melhorias no pagamento dos benefícios.
Com a retirada da proposta, o que ficou na mesa foi apenas o reajuste baseado no INPC: 5,42% no salário, 5,32% no vale-alimentação e 5,32% no bônus. A diferença entre as propostas acendeu o alerta dos trabalhadores, que cruzaram os braços mais uma vez para pressionar o setor patronal.
Ainda hoje, os sindicatos que representam as categorias devem se reunir com representantes do Ministério Público do Trabalho, na tentativa de buscar um acordo definitivo e evitar novas paralisações nos próximos dias. Por enquanto, não há nova paralisação programada.
O episódio reacende o debate sobre a fragilidade do transporte coletivo em Florianópolis e a necessidade urgente de soluções sustentáveis e acordos equilibrados que garantam o direito de ir e vir da população, sem comprometer as condições dos profissionais que fazem o sistema funcionar.
Compartilhe essa informação com quem precisa saber!
Entre na comunidade do AGORA FLORIPA e receba informações gratuitas no seu Whatsapp!